segunda-feira, 8 de março de 2010

Mulheres empreendedoras


Um estudo do Center for Women’s Business Research que mostra que atualmente as mulheres são donas de 50% das empresas privadas, as empresárias movimentam U$3 milhões e empregam 16% da força de trabalho nos EUA. Tudo isso faz com que sejam players muito importantes na economia nacional. Se não bastassem os dados citados, 85% das mulheres não acreditam que ser mulher é um elemento que dificulta seu sucesso profissional e 32% acredita que ser mulher lhes ajuda a alcançar o sucesso.

Este é o poder das mulheres empreendedoras. Elas sabem que há mais poder quando se trabalha de forma colaborativa, especialmente se entre outras empresárias. E não importa se o produto ou serviço ofertado é exclusivo para o público feminino, é impossível negar a tendência que as mulheres têm de apoiar umas às outras nos negócios e promover as causas umas das outras. Pois é, dizem que mulher não confia uma na outra e que não são boas amigas, mas no mundo dos negócios elas estão provando o contrário.

Hoje, dia 8 de março, é o dia Internacional da Mulher e para homenageá-las nosso post falará sobre o que as mulheres empreendedoras tem a nos ensinar. A reportagem é de Kátia Simões da revista PEGN.

Com dez funcionários e um faturamento estimado de R$ 800 mil para 2009, a Martinhão Arquitetura toca em média dez obras por mês entre construções e pequenas reformas, sob a supervisão direta da empresária Solange Martinhão. "No início, eu pedia para o dia ter mais de 24 horas para dar conta das tarefas. Aos poucos, porém, aprendi a confiar, treinei a equipe para que todos buscassem a excelência em cada etapa do trabalho e os resultados começaram a aparecer", diz. Embora toque a empresa baseada na exatidão dos números, Solange garante que não abre mão da criatividade, do feeling na hora de fechar um contrato e das boas energias trazidas pelo feng shui. A filosofia chinesa marca presença não só no escritório, mas em todos os projetos assinados pela arquiteta. "Meu diferencial é oferecer ao cliente um atendimento completo, entregando-lhe um projeto global e no prazo combinado, não só uma planta de prefeitura", diz.

Solange Martinhão é apenas uma entre centenas de empreendedoras que fincaram suas marcas em searas nem sempre tão femininas. E a tendência é que isso aconteça cada vez mais, já que as mulheres estão derrubando barreiras e avançando em setores tradicionalmente masculinos, como os da construção civil e da alta tecnologia.

"As mulheres não são melhores nem piores que os homens, são apenas diferentes na maneira como administram suas empresas", afirma o consultor Luiz Fernando Garcia, especialista em manejo comportamental e empreendedorismo em negócios. "Elas têm mais facilidade para compor equipes, são persistentes ao extremo, cuidam dos detalhes, além de valorizarem a cooperatividade e enxergarem o negócio mais como um desafio do que como um fardo", diz Garcia. "Sem contar que demonstram ser destemidas e autoconfiantes, revelando um alto grau de comprometimento com suas empresas".

Ter um olhar mais humano sobre a equipe e tomar decisões muitas vezes com fortes traços de emoção são também características tipicamente femininas à frente de empresas, reforçam os especialistas. As sócias Nilsa Salvoni, 63 anos, Eloísa Pêra, 53 anos e Márcia Cruz, 53 anos, donas da NEM Confecção, de São Paulo, sabem o que isso significa. "Ser humana demais às vezes pesa negativamente, porque no mundo dos negócios é preciso equilibrar razão e emoção. Isso os homens sabem fazer muito bem", diz Nilsa. "Mas, muitas vezes, é justamente esse olhar mais atento que garante a união da equipe e cativa o cliente."

De acordo com Tom Peters, um dos maiores gurus da administração moderna, a nova economia tem demandado atributos femininos na gestão dos negócios, que vão desde uma maior capacidade de relacionamento e aprendizado até o respeito à intuição. O novo modelo de gestão tende a requerer, ainda, um perfil de empreendedor mais flexível, sensível, cooperativo e capaz de realizar múltiplas tarefas e funções, cuidando de vários assuntos ao mesmo tempo. E nesse quesito as mulheres são mestras.


Sinceras a ponto de revelar que nunca pararam para pensar como administram o próprio negócio, as irmãs Roseli Vaz, 39 anos, e Vera Vaz, 40 anos, donas da Sparkkli Home, empresa de cosméticos paulistana voltada ao bem-estar, acreditam que parte do segredo do bom desempenho está na visão global do negócio e na boa dose de sensibilidade e emoção que depositam em cada tarefa. As sócias ressaltam, porém, que não basta ter sensibilidade. É preciso conhecer o mercado e pesquisar muito. Foi somando as duas coisas que elas decidiram investir na linha de home spa, desenvolvendo produtos para serem usados em casa, mas com os mesmos princípios do spa. Deu certo. A Sparkkli Home tem 100 itens em linha, uma loja própria e faturou no ano passado R$ 1,3 milhão.

Fontes: Sucesso News; Mulheres empreendedoras, o que aprender com elas; As mulheres não são piores nem melhores que os homens, são apenas diferentes; Traços positivos da gestão feminina