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terça-feira, 9 de outubro de 2012

O Grafite

Por Sílvio Anaz

Fachada decorada com grafite, em Olinda, Pernambuco
Com seus sprays, estênceis e idéias, os grafiteiros podem ser o terror ou a alegria da paisagem urbana. Desde que se constituiu como arte jovem nos anos 60, a forma contemporânea do grafite tem alimentado polêmicas. Ele, que nasceu clandestino e perseguido, conquistou espaços, aceitação e reconhecimento artístico ao longo das décadas. A ponto de em 2007 quatro jovens artistas brasileiros receberem a tarefa de grafitar os muros externos do castelo de Kelburn, uma histórica construção do século 13, em Ayrshire, na Escócia. Além disso, no mesmo ano, em um leilão na Sotheby’s, em Nova Iorque, um quadro do ex-grafiteiro Jean-Michel Basquiat atingiu o valor de US$14,6 milhões. Fatos como esses provam a consagração da arte do grafite, mas não a tiram da condição de marginal e ilegal na maior parte das situações.

O grafite dos dias atuais nasceu como arte de rua e de protesto no final dos anos 60, chegou às galerias de arte na década de 80 e tornou-se um patrimônio valioso no novo milênio. Mas muito antes disso, ele já era uma das expressões artísticas da humanidade. Ele fez parte da arte rupestre dos tempos das cavernas e das expressões populares no Império Romano. Já a versão de grafite atual é uma das heranças estética e ideológica da Pop Arte e começou a surgir no fim da década de 60 e começo da de 70 nas ruas da Filadélfia e de Nova Iorque. Muros públicos, fachadas de edifícios e trens do metrô viraram espaço de disputa entre adolescentes que queriam deixar suas marcas nas cidades ou expressar sua insatisfação com a sociedade a sua volta. O que começou como simples assinaturas, consideradas pichações e vistas como ato de vandalismo, evoluiu para pinturas gigantescas, algumas vezes incentivadas pelo poder público, que tornam a paisagem urbana colorida.

Produto da cultura jovem, a arte do grafite associou-se à música, principalmente ao hip-hop. Por conta disso, várias capas de discos acabaram sendo criadas por grafiteiros e muitos dos grafites urbanos foram inspirados nas canções do gênero.

Nas últimas décadas, ele consolidou-se como uma parte importante da cultura pop e, principalmente, após o reconhecimento do talento e da qualidade dos grafites feitos por Jean-Michel Basquiat, vários outros grafiteiros ganharam espaço em galerias de arte e exposições no mundo inteiro. Mas há ainda muita polêmica. Em importantes centros urbanos, várias medidas legais foram adotadas para se combater a ação de grafiteiros, consideradas como vandalismo. Também, tintas anti-pichação e outros sistemas de proteção têm sido inventados para inibir essa prática. Sinais de que a arte do grafite está ainda longe de ser uma unanimidade.

Fonte: Como Tudo Funciona

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Dicas Culturais do Fim de Semana - 3 a 5 de agosto

CINEMA



31 minutos – O filme [Brasil, 2012], de Álvaro Díaz e Pedro Peirano (H2O Films/RioFilme). Gênero: infantil. Vozes: Mariana Ximenes, Daniel de Oliveira, Marcio Garcia. Sinopse: Juanín Juan Harry, o último de sua espécie, produtor do excêntrico noticiário “31 Minutos”, tem de fugir dos ataques de Cachirula, uma colecionadora de animais. Duração: 85 min. Classificação: livre.




Amor em pedaços [Puzzled Love, Espanha, 2011], de vários diretores (Art Films/Serendip Filmes). Gênero: romance. Elenco: Marcel Borras, Saras Gil e Artur Busquets Sinopse: 13 cineastas iniciantes narram episódios da história de amor entre dois estudantes em intercâmbio estudantil. Em um ano, Sun e Lucas terão que voltar a seus respectivos países, de modo que seu amor tem uma data de vencimento. Duração: 82 min. Classificação: 16 anos.




Ato de coragem [Act of Valor, EUA, 2012], de Mike McCoy e Scott Waugh (Imagem). Gênero: ação. Elenco: Alexander Asefa, Jeffrey Barnachea, Kenny Calderon. Sinopse: Equipe de fuzileiros norte-americanos embarca em missão secreta para resgatar agente da CIA sequestrado. Abertura nos EUA: US$ 24,5 milhões. Dif. (segundo fim de semana): -44.5% Acumulado nos EUA: US$ 68,7 milhões. Duração: 110 min. Classificação: 16 anos.




Bel Ami – O sedutor [Bel Ami, Reino Unido/Fraça/Itália, 2012], de Declan Donnellan (California). Gênero: drama. Elenco: Robert Pattinson, Christina Ricci, Uma Thurman, Kristin Scott Thomas. Sinopse: A história de um jovem que, ao manipular a mulher mais rica e influente de Paris, chega ao poder. Abertura nos EUA: US$ 38 mil (em 08/06/2012). Dif. (segundo fim de semana): -56.3%. Acumulado nos EUA: US$ 72,8 mil.Duração: 102 minutos. Classificação: 14 anos.




Juntos para sempre [Juntos para siempre, Argentina, 2011], de Pablo Solarz (Esfera). Gênero: comédia. Elenco: Malena Solda, Peto Menahem, Florência Pena, Mirna Busnelli. Sinopse: Os conflitos entre um roteirista obcecado com seu trabalho e suas relações amorosas. Duração: 98 min.




Katy Perry: Part of Me [EUA, 2012], de Dan Cutforth e Jane Lipsitz (Paramount). Gênero: documentário. Elenco: Katy Perry. Sinopse: O filme mistura videos pessoais da cantora e apresentações. Com exibição em 3D. Abertura nos EUA: US$ 7,1 milhões (em 6/07/2012). Dif. (segundo fim de semana): 69,8%. Acumulado nos EUA: US$ 24,1 milhões. Duração: 105 min. Classificação: livre.




Quanto mais quente melhor [Some Like It Hot, EUA, 1959], de Billy Wilder (Pandora). Gênero: comédia. Elenco: Marilyn Monroe, Jack Lemmon, Tony Curtis, Pat O’Brien, George Raft. Sinopse: Relançamento em comemoração aos 50 anos da morte de Marilyn Monroe. Dois músicos se disfarçam de mulheres para fugir da máfia de Chicago e acabam entrando para uma orquestra feminina. Duração: 119 min. Classificação: Livre.




O que esperar quando você está esperando [What To Expect When You’re Expecting, EUA, 2012], de Kirk Jones (Universal). Gênero: comédia. Elenco: Cameron Diaz, Jennifer Lopez, Rodrigo Santoro, Dennis Quaid. Sinopse: Um olhar na vida de quatro casais que estão se preparando para a chegada do primeiro filho. Abertura nos EUA: US$ 10,5 milhões (em 18/05/2012). Dif. (segundo fim de semana): -32.6%. Acumulado nos EUA: US$ 41,1 milhões. Duração: 110 min. Classificação: 12 anos.




Sagrado segredo [Brasil, 2009], de André Luiz Oliveira (Polifilmes/Asacine). Gênero: documentário. Sinopse: Cineasta protagonista do próprio documentário busca o encontro da arte com a fé, através da manifestação popular mais eloquente de Brasília, a Via Sacra de Planaltina. Duração: 75 min. Classificação: livre.




Vou rifar meu coração [Brasil, 2011], de Ana Rieper (Vitrine). Gênero: documentário. Elenco: Wando, Agnaldo Timóteo, Amado Batista, Odair José, Lindomar Castilho, Nelson Ned. Sinopse: O imaginário afetivo brasileiro a partir da obra dos principais nomes da música popular romântica. Duração: 78 min. Classificação: 12 anos.


Rio de Janeiro


SHOW

Circuito Cultural Banco do Brasil
até 4 de agosto





Maria Bethânia e Lulu Santos mostram suas versões para músicas de Chico Buarque, Roberto e Erasmo Carlos respectivamente, na série de shows Circuito Cultural Banco do Brasil, que já passou por várias cidades brasileiras e chega ao Rio no fim de semana de 03 a 04 de agosto.

Os clientes Ourocard podem efetuar a compra com 50% de desconte pelo telefone 4003-1212; no site; e na bilheteria da casa (seg a sáb, do meio-dia às 21h. Dom e feriados, do meio-dia às 20h). O público em geral poderá comprar seus ingressos a partir do dia 24 de julho, terça-feira, seguindo o mesmo critério.

Local: Vivo Rio
Endereço: Avenida Infante Dom Henrique, 85 - Parque do Flamengo - Rio de Janeiro – RJ
Horário: 22h
Preço: Os ingressos variam de R$60 a R$140
Classificação: 16 anos. Menores de 16 anos somente acompanhados do responsável legal.


TEATRO

A Partilha
até 30 de agosto de 2012



Depois de duas décadas fora do circuito, o estrondoso sucesso de Miguel Falabella reestreia hoje no Teatro Casa Grande, com as atrizes Suzana Vieira, Arlete Salles, Thereza Piffer e Patricya Travassos (no lugar de Natália do Vale) em cena. Em cena, quatro irmãs se reencontram no velório da mãe e repassam duas próprias histórias a partir do fatídico episódio.

Local: Oi Casa Grande
Endereço: Av. Afrânio de Melo Franco, 290 - Leblon – Rio de Janeiro - RJ
Horário: Quinta, às 21h | Sexta e Sábado, às 21h30 | Domingo, às 19h
Duração: 60 min.
Preço: Os ingressos variam de R$40 a R$100
Classificação: 12 anos


EXPOSIÇÃO

Museu Histórico Nacional - 90 anos de histórias
até 14 de outubro de 2012



Em cartaz até 14 de outubro, a exposição revela a trajetória da instituição, criada em 02 de agosto de 1922 pelo Presidente Epitácio Pessoa, no âmbito da Exposição Internacional Comemorativa do Centenário da Independência do Brasil. Dividida em módulos temáticos, a exposição apresenta 350 peças representativas do acervo do museu, incluindo a primeira peça incorporada à coleção - uma casaca de Senador da época do Imperador D. Pedro II - e a mais recente, um uniforme de gari doado pela Comlurb.

Através da exposição, o visitante tem a oportunidade de conhecer melhor a trajetória do MHN: a formação do acervo, que hoje reúne cerca de 350 mil itens, e as iniciativas pioneiras, como a criação da primeira escola de museologia do pais e do primeiro serviço federal de proteção ao patrimônio nacional.

Com o apoio do DOCPRO, o público tem acesso ainda à Biblioteca Virtual do MHN, com todas as publicações editadas pelo Museu.

Ao longo da exposição, recursos multimídia apresentam fotografias da evolução do conjunto arquitetônico que abriga o MHN, dos circuitos de exposições de longa duração, dos funcionários que atuaram no Museu ao longo desses noventa anos e cartazes de exposições, entre outros temas.

Local: Museu Histórico Nacional
Endereço Praça Marechal Âncora, s/nº - Centro - Rio de Janeiro - RJ
Horário: Terça a sexta, 10h às 17h30; sábado, domingo e feriados, 14h às 18h.
Preço: R$ 8,00 (Aos domingos, a entrada é franca)
Classificação: Livre

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

10 invenções que marcaram a história da tecnologia

Por Cauã Taborda

1 - Transístor



O termo transistor, cunhado por John R. Pierce para definir um resistor de transferência, se popularizou na década de 50 e possibilitou a evolução dos eletrônicos. O primeiro transistor de silício foi fabricado pela Texas Instruments em 1954. Desde então, o sistema evoluiu, diminui e é considerado o tijolo da tecnologia.

2 - Apple 2



Em 5 de junho de 1977, Steve Wozniak e Jobs começaram a vender as primeiras unidades do computador de 8-bits que marcaria o início da computação pessoal.
A partir daí o cenário mudou bastante. Hoje os desktops começam a ser deixados como segunda opção para os lares, já que notebooks e tablets se consolidam como soluções mais viáveis.
O tradicional PC precisou se reinventar, morar ao lado da TV e ampliar o poder de fogo para os games.

3 - Windows 3.11



Em 1992 a Microsoft apresentou ao mundo o Windows 3.1, que trazia uma interface gráfica mais amigável e abria as portas do mundo dos computadores para quem não possuía um perfil técnico.
Mesmo a Apple saindo na frente com o Mac OS em 1984, o sistema não decolou como o da Microsoft.
Hoje, a batalha ainda é dividida entre Windows e Apple. A Microsoft espera que o novo conceito do Windows 8 seja aceito, enquanto a Apple assimila a experiência adquirida com o iOS.
Com versões que ganharam certa popularidade, como a Ubuntu, a comunidade Linux trabalha para popularizar suas distribuições.

4 - Mosaic



Esse navegador recebe crédito por ser um dos primeiros a apresentar uma interface amigável de navegação para a World Wide Web, sem grandes complicações e compatível com todos os sistemas da década de 90.
Descontinuado em 1997, o Mosaic contribui para o desenvolvimento de novos browsers que até hoje utilizam elementos de sua interface gráfica, como Internet Explorer, Firefox e Chrome.

5 - Atari



Lançado em 1977, o Atari chegou ao Brasil em 1983 com o modelo 2600. Não demorou muito para o pequeno console preto ganhar as multidões e invadir várias casas.
A pluralidade de títulos (que eram copiados descaradamente por concorrentes) e a inovação, que trazia uma máquina de fliperama para sua casa, renderam bilhões aos cofres da Atari e ajudaram a modelar o mercado de games.
Com atividades encerradas oficialmente em 1992, o Atari é um dos consoles de maior sucesso da história, mas seu desenvolvimento infelizmente empacou, dando espaço para concorrentes com propostas mais encantadoras, como Xbox e PlayStation.

6 - ICQ



Fundada em 1996 por cinco israelenses, a Mirabilis passou a ser conhecida em todo o mundo depois de publicar a primeira versão do ICQ, em novembro do mesmo ano. O comunicador instantâneo fornecia um número para o usuário e permitia que ele se conectasse a outros para a troca de mensagens.
Ao contrário do IRC, onde o usuário se conectava à uma sala, sem saber quem estaria por lá, o ICQ permitia, pela primeira vez, enxergar a disponibilidade de determinado usuário.
A Mirabilis foi adquirida pela AOL em junho de 1998 por 407 milhões de dólares. Com o tempo, o ICQ perdeu espaço para programas com mais recursos, como o Messenger, da Microsoft e o G Talk, do Google.

7 - MP3



É difícil lembrar, mas a vida sem o formato MP3 era sofrível. Antes da técnica de compressão empregada pelo MPEG-1, MPEG-2 ou Audio Layer III, o usuário de computador era obrigado a curtir suas músicas em WAV ou outro formato não comprimido.
Como a banda larga ainda era um sonho distante nos anos 90 era inviável oferecer sequer uma única faixa pela internet, muito menos pensar em um player portátil.

8 - Facebook



Lançado em 2004 por Mark Zuckerberg, o Facebook foi a primeira rede social a superar o patamar de 500 milhões de usuários. Atualmente, são 850 milhões de pessoas conectadas à rede social.
Além de tornar-se uma ferramenta popular, o Facebook aprimorou o modelo de publicidade segmentada por perfil de usuário. A empresa, que deve realizar sua abertura de capital este ano, pode atingir o valor de mercado de US$ 100 bilhões.

9 - Google.com



Criado oficialmente em 98, por Serguey Brin e Larry Page, o Google.com tornou-se líder global no mercado de buscas no início dos anos 2000 e persegue a ´modesta´ missão de organizar todo o conhecimento humano.
Atuante em diversos segmentos da indústria de tecnologia, o Google é praticamente imbatível no segmento de buscas na web, onde exibe amplíssima vantagem sobre o Bing e o Yahoo!. Sua invenção mudou o modo como são organizadas as informações na internet e tornou possível aos usuários comuns encontrarem o que desejam no gigantesco emaranhado de informações da internet.

10 - iPhone



Apresentado pela primeira vez em 2007, tornou a tela sensível ao toque do tipo capacitiva e o teclado virtual uma tendência para o mercado de smartphones. Também levou ao dispositivo móvel um sistema operacional completo (iOS) e criou o mercado de aplicativos.
O próprio iPad pode, sob vários aspectos, ser considerado uma evolução do iPhone.

Fonte: Info Exame

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A Evolução da Tecnologia



O ser humano, dotado de sua inteligência, buscou formas, durante toda a história, de vencer os obstáculos impostos pela natureza. Desta forma, foi desenvolvendo e inventando instrumentos tecnológicos com o objetivo de superar dificuldades. Podemos dizer que a necessidade é a mãe das grandes invenções tecnológicas.

Acompanhe abaixo um histórico da evolução tecnológica:

1291 - Na Itália surgem os primeiros espelhos.
1439 - O alemão Johann Gutenberg. inventa a máquina chamada de Imprensa (prensa por tipos móveis). Com está máquina o homem passou a produzir de forma mais rápida e eficiente, os livros. Esse invento causou uma revolução na cultura da época.
1590 - O holandês Zacharias Janssen (1580-1638?) fabrica o microscópio, utilizando técnicas usadas na fabricação de lentes para óculos.
1592 - O astrônomo e inventor italiano cria o primeiro termômetro utilizando o sistema de água para a medição de temperatura.
1643 - O cientista italiano Evangelista Torricelli inventa o barômetro para medir a pressão atmosférica.
1707 - O físico inglês John Floyer inventa o relógio de pulso.
1712 - O engenheiro inglês Thomas Newcomen inventa a máquina a vapor.
1800 - O físico italiano Alessandro Volta cria a bateria elétrica.
1839 - O artista e pesquisador francês Louis-Jacques-Mandé Daguerre tira a primeira fotografia, com sua máquina chamada daguerreótipo.
1860 - O inventor belga Jean-Joseph-Etienne Lenoir desenvolve o primeiro motor a explosão.
1876 - O americano Alexander Graham Bell inventa o telefone, possibilitando a comunicação entre pessoas situadas a longas distâncias.
1879 - O americano Thomas Alva Edison inventa a lâmpada elétrica.
1901 - É criado o rádio pelo italiano Guglielmo Marconi.
1903 - Os irmãos Wright pilotam o primeiro avião.
1904 - Criadas pelo engenheiro inglês John Ambrose Fleming surgem as válvulas eletrônicas.
1906 - O brasileiro Alberto Santos Dumont voa em paris no 14 bis e passa também a ser considerado um dos pais da aviação junto com os irmãos Wright.
1941 - O engenheiro inglês Frank Whittle desenvolve o avião a jato.
1943 - A empresa japonesa Motorola lança no mercado o walkie-talkie.
1945 - Os EUA detonam no deserto do Novo México a primeira bomba atômica.
1946 - O engenheiro americano Vannevar Bush desenvolve um computador usando válvulas de rádio.
1947 - A televisão começa a chegar nos lares de pessoas de todo o mundo.
1948 - Começam a ser utilizados os chips de silício e as válvulas eletrônicas.
1956 -O pager é lançado nos Estados Unidos.
1961 - Lançada a Vostok, a primeira nave espacial tripulado por ser humano a sair da atmosfera terrestre.
1965 - Lançados os primeiros satélites de comunicação. Inaugura uma nova era na transmissão de dados eletrônicos.
1972 - Os discos laser são lançados revolucionando a indústria fonográfica.
1977 - Lançado nos Estados Unidos o primeiro telefone celular.
1981 - Primeira viagem de um ônibus espacial.
1995 - Dave Wineland e Chris Monroe desenvolvem o primeiro transistor do tamanho de um átomo.
1998 - Lançado no Brasil os primeiros DVDs.
1999 - A Internet cresce no mundo todo em velocidade impressionante. Os arquivos de MP3 começam a ser usados e transmitidos pelas ondas da Internet.

Fonte: Sua Pesquisa

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Festa Junina e sua História



Hoje pouca gente sabe que essas festas cristãs vêm de muito tempo atrás da nossa época. Tudo fazia parte dos rituais agrários das primeiras civilizações européias, festas essas que faziam os Celtas (povo de raça indo-européia).

O dia 24 de junho que hoje é dedicado a São João Batista, era o dia do solstício de verão (época em que o sol passa por sua maior declinação boreal ou austral, e durante a qual cessa de afastar-se do equador). No hemisfério norte, fenômeno astronômico que significava o momento da viagem do sol quando, depois de ir subindo dia a dia cada vez mais alto no céu, ele para e faz o caminho de volta, pois a vida daquela comunidade era regida por fenômeno astronômico.

Eles acreditavam que nesses momentos abriam-se as portas em que se comunicavam o reino da terra com o reino do céu, e assim que as almas dos mortos podiam visitar seus lares para se aquecerem junto à fogueira, e que eles se reconfortariam com as homenagens de seus velhos amigos e parentes. Eles dançavam, cantavam, comia e bebia ao redor da fogueira para todas as almas amigas que acreditavam estarem ao seu redor.

Estas festas tinham uma importância tão grande e tão forte que foi ai então que a igreja cristã dos primeiros séculos resolveu a criar um significado cristão, surgindo assim que a fogueira do dia 24 de junho seria em homenagem ao aniversario de São João Batista, o santo que batizou Jesus. João Batista nasceu no dia 24 de junho, alguns anos antes do seu primo Jesus Cristo, e morreu no dia 29 de agosto do ano 31 depois de Cristo na Palestina. Ele ocupa papel importante nas festas, pois entre os santos de junho, foi ele que deu ao mês o seu nome, pois assim ficou como festas “Joaninas”.

Existe também uma lenda do surgimento da fogueira de São João, dizem que Santa Izabel quando ficou sabendo que estava grávida de João, foi contar a novidade para Nossa Senhora e contou-lhe que estava grávida, e que dentro algum tempo nasceria seu filho e que se chamaria João Batista.

Nossa Senhora ficou contente e lhe perguntou como poderia saber do seu nascimento. Então Santa Izabel falou que acenderia uma fogueira bem grande, pois assim poderia ver de longe e saberia então que João nasceu. E que também erguer um mastro com uma boneca sobre ele. E assim no dia 24 de junho Santa Izabel cumpriu o que prometeu, assim que Nossa Senhora viu ao longe uma fumaceira foi até la e constatou que João havia nascido.

Fonte: Cultura Nordestina

quinta-feira, 26 de abril de 2012

A história da liberdade de expressão nos EUA

A HBO mostra a historia da liberdade de expressão nos EUA, como esse direito foi conquistado e a luta para mantê-lo. Completo para donwload http://fileserve.com/file/uDg85aD Titulo original: Shouting Fire: Stories from the Edge of Free Speech (2009)

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Existe jornalismo isento em uma emissora estatal?


Por serem órgãos atrelados aos governos estaduais, as rádios educativas dificilmente podem fazer um jornalismo isento quando o assunto em pauta são medidas tomadas pelo próprio governo. Para quem trabalha nessas emissoras fazer matérias contra o governo eqüivale ao mesmo problema que os órgãos comercias enfrentam em relação aos seus proprietários e patrocinadores.

A questão do comprometimento dos meios de comunicação e de sua interferência na formação de opiniões vem sendo analisada há bastante tempo por estudiosos da Teoria da Comunicação e de outras áreas interdisciplinares. Muniz Sodré trata a questão tentando mostrar que por terem uma função informativa (pelo menos em tese), os meios de comunicação muitas vezes acabam refletindo opiniões de grupos econômicos restritos (proprietários ou patrocinadores) sem que isso fique explícito.

Os meios de comunicação de massa, sob as aparências de ‘máquinas de informação', são, de fato, máquinas integradoras dessas simulações necessárias à nova ordem. Tendem a construir, assim, uma esfera autônoma – quer dizer, embora financiados por organizações econômicas ou industriais, os mass media não se apresentam como porta-vozes imediatos da ordem econômica – legitimada pela função suposta de “ligar” os indivíduos por meio da difusão de informações com um hipotético fundo comum.

Gilberto Nogueira e Kátia Aguiar, que também era redatora da Rádio, acreditam que, contudo, a qualidade do jornalismo da rádio melhorou na década de 90, principalmente, em função do avanço tecnológico. Eles apostam na formação de um público para o radiojornalismo através do resgate do imediatismo, a sua principal qualidade.

O jornalista Gilberto Nogueira compara a mobilidade conquistada com a tecnologia e os problemas enfrentados na criação do departamento de jornalismo da Rádio Cultura. As situações engraçadas ajudam a lembrar os problemas que foram enfrentados, principalmente, pelos repórteres.

Era muito difícil fazer matéria produzida. Até gravador pequeno nós não tínhamos. Precisava-se usar aqueles rádio-gravadores enormes. Na verdade, se pagava muitos ‘micos' quando acontecia uma coletiva e as pessoas tinham que colocar o rádio-gravador na frente do governador. Aí, a equipe da televisão não podia filmar com aquele trambolho na frente. Hoje em dia, quando você tem uma matéria para passar ao vivo, pode utilizar o telefone celular direto. Antigamente, tínhamos que gravar e sair correndo para um orelhão. Só depois o material era passado para a fita rolo. A fita rolo era levada para o estúdio, onde seria decupada, é só depois a notícia ia para o ar.

A jornalista Kátia Aguiar acredita que a prestação de serviços foi uma das características assumidas pelas rádios nos anos 90 que ajudaram a manter a audiência e a credibilidade.

Você já deve ter lido que com o advento da televisão anunciaram aos quatro ventos que o rádio iria terminar, o que não aconteceu. Na verdade, o rádio conseguiu se manter justamente quando conseguiu adquirir suas características próprias. Trabalho em rádio desde quando me formei, mas para mim o rádio ainda consegue superar a TV nesse aspecto do imediatismo, a não ser que o repórter não seja bom. Por isso, o rádio conquistou uma parcela da população que se tornou ouvinte cativo.

Sodré, Muniz. O Social Irradiado. São Paulo. Editora Cortez, 1992. P.44

Fonte: O Pará nas ondas do rádio

Leia mais:
Jornalismo e opinião

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A história da literatura


A história da literatura procura entender todas as modificações que a produção literária passou ao longo da evolução da sociedade.

Quando estudamos a história ou origem da literatura deparamos com um conceito: o de estilos literários ou estilos de época.

O critério usado para dividir os estilos de época varia muito: às vezes, o autor publica uma obra revolucionária e ela acaba se tornando o marco inicial de um determinado período, outras vezes um fato histórico influencia uma infinidade de obras que darão origem a um determinado movimento literário.

É importante ressaltar que as datas estabelecidas para um determinado período não são tão rigorosas quanto parecem, são apenas recursos didáticos usados para facilitar o estudo, já que é quase impossível estabelecer precisamente quando iniciou ou terminou um período.

Também é bom sabermos que um estilo de época não “morre” por completo e que a passagem de um estilo para outro não é tão rápida assim.

Muitas idéias adotadas em um período podem ser aproveitadas por outros estilos literários que fazem uma releitura ou uma reinterpretação de textos já escritos.

A Literatura busca influência nela mesma para sempre ter a possibilidade de abrir novos caminhos e novas idéias.

É por esta razão que o entendimento correto sobre cada estilo é tão importante, pois através dessa compreensão temos uma visão geral da Literatura e da sociedade que a produziu.

PERÍODOS LITERÁRIOS NO BRASIL

Dividido em dois momentos:

- Literatura do período colonial (Literatura de Informação, Barroco e Arcadismo – 1500 até 1822)

Nesse período ocorreram várias manifestações literárias de um grupo composto por alguns escritores que copiavam os padrões e tendências de Portugal.

- Literatura do período nacional ( Romantismo, Realismo – Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, Pré-Modernismo, Modernismo, Pós-Modernismo – da Independência até os dias de hoje).

Todos os acontecimentos históricos e marcantes da história do Brasil contribuíram para fortalecer os movimentos literários. O público cresceu e com isso estimulou os escritores a melhorar cada vez mais suas obras.

PERÍODOS LITERÁRIOS EM PORTUGAL

- ERA MEDIEVAL (Trovadorismo e Humanismo)

- Trovadorismo: poemas feitos para serem cantados, são as cantigas (de amor, amigo, escárnio e maldizer)

- AMOR (eu-lírico masculino)
- Exaltação das qualidades da dama
- Sofrimento amoroso
- Ambiente aristocrático

- AMIGO (eu-lírico feminino)
- Ambientação rural
- Linguagem e estrutura simples
- Fala do amor da mulher pelo seu amigo

- ESCÁRNIO E MALDIZER
- Crítica aos membros da sociedade
- Jogos de palavras e ironias
- Abordavam temas como escândalos, sexo, falsa religiosidade

OBS: Na cantiga de escárnio o nome da pessoa era ocultado, na de maldizer a crítica era direta e a vítima tinha seu nome revelado.

Humanismo: Valorização do homem.

- ERA CLÁSSICA (Classicismo, Barroco e Arcadismo)

Classicismo: Teve em Camões o seu maior representante.

Barroco: Textos ricos com profunda elaboração formal.

Arcadismo:
- Textos bucólicos,
- Valorização do homem,
- Linguagem simples,
- Imitação dos modelos da literatura da Antigüidade Clássica e do Renascimento.

- ERA MODERNA (Romantismo, Realismo-Naturalismo, Simbolismo, Modernismo)

Romantismo
liberdade de expressão e de pensamento,
tentativa de buscar soluções para os problemas sociais
etc.

Realismo: “O Crime do Padre Amaro” e “O Primo Basílio” de Eça de Queirós foram duas obras importantes que ajudaram a divulgar o realismo no Brasil.

Simbolismo: Marco inicial do Simbolismo em Portugal foi a publicação do livro de poesias “Oaristos” de Eugênio de Castro, em 1890.


Fonte: InfoEscola

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Os arquétipos

O maior valor de um roteiro é sem dúvida a sua originalidade. As noções e dicas de dramaturgia servem para auxiliar o autor, mas o que sempre deve prevalecer é a sua própria criatividade.

Muitas vezes ao assistir um filme, o público se emociona sem saber ao certo com o que. Uma cena em um filme pode não causar efeito nenhum, mas uma cena parecida em outro causa comoção. O conhecimento de dramaturgia permite que o autor manipule as sensações que o público vai sentir ao assistir o seu filme. Por outro lado, pode-se encontrar saídas inteligentes para passar informações a este público.

O primeiro passo para se chegar a este objetivos é a compreensão dos arquétipos.

Os arquétipos podem ser compreendidos como representações personificadas das feições humanas. Todos nós temos um pouco de herói e vilão, tolo e sábio, palhaço e austero. O arquétipo vem a ser a encarnação destas características.

No roteiro, uma personagem pode representar um arquétipo. Nestas histórias o vilão sempre agirá como vilão e o herói como herói. Por outro lado existem roteiros que querem dar um aspecto mais humano as suas personagens, nestes cada personagem pode apresentar ou representar diferentes aspectos no decorrer da história.

Segundo Christopher Vogler, os principais arquétipos são:

O HERÓI

A principal característica que define este arquétipo é capacidade que ele tem de se sacrificar em nome do bem estar comum. Nos filmes de ação este arquétipo é personificado, preferencialmente, pelo protagonista. É ele que vai conduzir a história aos olhos do espectador, o desenvolvimento da trama está pautado nas ações do herói perante o ambiente que lhe é apresentado e no resultado destas ações. Portanto, para um roteiro ser bem aceito pelo público é preciso que este tenha uma identificação com o herói. Quanto mais humana a feição do seu herói mais provável a identificação. É preciso que o herói tenha suas qualidades louváveis e desejadas pelo espectador e ao mesmo tempo possua fraquezas que o tornem mais humano e mais próximo.

Com o herói sendo o protagonista, o roteiro se torna um relato da aventura deste. Uma jornada, onde ele deixa o seu mundo comum e cotidiano e parte para novas descobertas e desafios. O estímulo para esta jornada é a mudança de algo em seu mundo comum, e ele parte para buscar a restauração deste mundo, ou ele está insatisfeito em seu mundo e parte para provocar uma mudança. Em ambos os casos o motivo da jornada é a falta de alguma coisa. O herói se sente incompleto e vai em busca de sua plenitude. O resultado é a transformação do próprio herói. Mesmo que o ambiente não se altere o herói não o enxerga mais da mesma forma. O sacrifício foi feito o herói do começo da história morre para dar lugar a outro.

O confronto com a morte é outra característica deste arquétipo. A morte pode ser física ou simbólica, mas está presente. Na maior parte dos casos o herói se depara com a morte eminente e triunfa sobre ela, se tornando um mártir (quando ocorre a morte física) ou renascendo a partir de sua própria destruição (quando a morte física foi apenas uma ameaça ou quando a morte é simbólica), em ambos os casos o herói triunfa.

O arquétipo do herói não é exclusivo do protagonista, muitas personagens (inclusive o vilão ou sombra) podem Ter atitudes heróicas. Da mesma forma que o herói pode Ter características de outros arquétipos. A riqueza de uma personagem é sua complexidade, a capacidade de assumir outros arquétipos, sem se esquecer do principal, dá uma dimensão humana permitindo a identificação e a credibilidade. Poucos acreditam em heróis que só praticam o bem pelo bem e em vilões que só praticam o mal pelo mal.


O MENTOR

Como a função do herói é o aprendizado, ele necessita de alguém que o guie, pelo menos até o momento que ele possa andar com seus próprios pés. O mentor pode ser um herói de uma jornada anterior, portanto, ele é uma projeção do que o herói se tornará ao fim de sua aventura. Em outros casos o mentor pode ser um herói que, no passado, falhou na sua jornada, mas mesmo assim adquiriu alguma experiência que pode ser útil ao herói.

Além dos ensinamentos o mentor pode dar ao herói algum presente que o ajude na sua jornada, ou, em certas histórias o mentor pode fazer um papel de consciência do herói.

De um modo geral a função do mentor é estimular a entrada do herói na aventura. Dando-lhe um presente ou apresentando a situação de tal maneira que o herói vença o seu medo e parta para a aventura.


O GUARDIÃO DO LIMIAR

No decorrer da aventura o herói enfrenta desafios. Estes desafios podem ser obstáculos, tentando impedir que o herói continue sua trilha ou aliados que estão ali para testa-lo. Muitas vezes um guardião depois de ser ultrapassado se torna aliado do herói ou até uma espécie de mentor.

Em algumas histórias estes guardiões são aliados do vilão que possuem poder menor que este. Para a preparação do herói é necessário que ele enfrente estes asseclas e se torne mais forte para enfrentar o vilão. Neste sentido o guardião é uma prévia da luta final. Se a história é uma luta psicológica os guardiões estão representados nas próprias limitações internas do herói.

O guardião, assim, como o mentor pode estar representado por cenários, objetos, pensamentos. Não precisam, necessariamente, ser personagens da história para se fazerem presentes.


O ARAUTO

O arauto é a primeira chama à mudança, pode ser uma personagem ou fato que traga ao herói a vontade ou decisão de lançar na aventura. Em algumas histórias o arauto representa a primeira manifestação das energias da sombra.
Quando o herói vive uma situação de desequilíbrio o arauto é a força que vai ser a gota da água. O herói parte para enfrentar o primeiro guardião de limiar.


O CAMALEÃO

A característica deste arquétipo é a mudança. Pode estar representado por uma personagem, geralmente de sexo oposto ao do herói, que aos olhos do herói e do espectador apresente uma mudança de aparência ou de espírito, de forma que não se possa prever suas ações.

A função do camaleão é acabar com a previsibilidade da história. O herói, assim como o espectador, fica em dúvida com a relação à fidelidade do camaleão. Pode ser um aliado ou aliado da sombra.

O arquétipo do camaleão pode ser assumido, momentaneamente, por personagens que representam outros arquétipos. O sombra, o herói, o mentor, o guardião, enfim todos podem apresentar as características do camaleão para atender melhor suas próprias funções. Muita vezes isto se dá quando uma personagem representativa de um arquétipo finge ser representante de outro.


O SOMBRA

A sombra é representada pelo vilão ou inimigo do herói. Seu objetivo é, geralmente, a morte ou destruição definitiva do herói. Por outro lado, o antagonista do herói pode ser um aliado que discorda das ações do herói e opta por tomar outras ações, de forma que ambos entram em uma competição para se resolver a história.

A função primordial da sombra é impor desafios ao herói, de modo que este tenha que se fortalecer para vence-los. A sombra pode ser um reflexo negativo do herói. Em uma história de luta psicológica, a sombra é representada por traumas e culpas do próprio herói.

Assim como o herói, a sombra pode se tornar mais interessante se possuir uma feição humana, ou seja, ter defeitos ou qualidades que a aproximem do espectador. Além das fraquezas mortais, a sombra pode ter um lado bom ou uma visão que justifique suas ações.


O PÍCARO

Este arquétipo pode ser representado por um palhaço ou qualquer personagem cômico, ele carrega em si o desejo de mudança da realidade.

A função deste arquétipo é acordar o herói para a realidade, denunciando a hipocrisia e o lado ridículo das situações apresentadas. Esta função também atinge o público, uma vez que este e o herói estão ligados, trazendo um alívio cômico após uma situação tensa da história.

Este arquétipo também pode aparecer ou ser assumido por personagens representativas de outros arquétipos. O herói picaresco, por exemplo, é muito comum em contos tradicionais de vários países e uma constante nos desenhos animados infantis.

Além destes arquétipos apontados por Vogler, aponto outros dois tipos de personagem que podem facilitar o trabalho do escritor.






Este vídeo é parte integrante da palestra "A Jornada do Herói - Ficção & Aprendizado" de edison Rodrigues Filho.

Fonte: Dramaturgia

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Medo midiático e a Jornada do Herói

Por Renato Kress

A vida cotidiana é vivida numa sucessão interminável de fatos, dados, datas e acontecimentos. Vivemos sobrecarregados, atordoados e minimizados por televisão, computador, facebook, twitter, jornais, revistas, imagens e representações de uma realidade que já quase não vivemos senão por projeções. Projetamos nosso presente e deixamos que ele se alastre por diversos instantes que cronologicamente pertencem ao passado e a uma expectativa de futuro, de forma que viver efetivamente o presente é quase impossível hoje em dia.

Exercita-se, diariamente, a idéia de que devemos nos informar sobre o que ocorre ao nosso redor e, na nossa cultura, a forma mais corriqueira de informar-se é ler um jornal, revista ou ver o noticiário na TV. É apenas uma idéia cultural, não é uma realidade nua e crua. Se realmente nos atermos aos interesses em jogo nesses veículos de comunicação, perceberemos outras lógicas operando no que chamamos de "jornais", lógicas que cabe sempre a cada um, individualmente, estar a par para poder conscientemente concordar ou discordar, aceitar ler ou ignorar, manter sua assinatura vitalícia do jornal ou buscar fontes alternativas cujos valores sejam mais coerentes com os teus valores enquanto indivíduo.

Mas antes de tudo é preciso conhecer os interesses que movem esses meios de comunicação e, para isso, podemos fazer da mesma maneira como fazemos com as pessoas ao nosso redor, observar suas ações ao longo do tempo para determinar a trajetória do caráter delas. Usar a nossa memória para analisar os veículos que se propõem a ser uma "memória sobressalente" sobre a nossa sociedade e cultura. Não é um exercício fácil, mas como tudo o que diz respeito à Jornada do Herói, o fácil não tem mérito, não tem esforço, não imprime uma marca densa na memória, que é o que queremos.


A vida é um processo de contínua mudança. Nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos. O processo pode ser lento o suficiente para que tenhamos a impressão de uma consciência mais ou menos rígida de quem somos e do que somos, mas em efeito essa consciência muda com o tempo e o espaço.

Representamos o que na sociologia se convencionou chamar de "papéis sociais" distintos ao longo da vida e em diferentes meios, mas o "papel social", o que Jung denomina como "persona", faz parte e é também uma representação coordenada, socializada, do self, de nosso eu mais íntimo. Então se a persona muda essa mudança reflete também o grau de espectro aceitável dentro das manifestações possíveis do self. Ou seja: eu me adapto à sociedade e essa adaptação mostra também um pouco das minha escolhas, da minha autonomia e natureza íntimas. Minha "persona" é parte do meu "self", a escolha que efetuo sobre a parte minha que irá se aventurar e se expor ao mundo fala também de mim, do meu eu que escolhe e do meu eu que se esconde.

O que importa para compreendermos como a Jornada do Herói se implica no momento histórico que vivemos, com a disseminação do medo coletivo e difuso televisionado diariamente, é compreender como a autonomia do indivíduo é roubada, como o seu caráter libertário, sua liberdade, é cerceada pelos mecanismos que buscam deter o poder da narrativa, o poder de doar o sentido ao mundo.

Quem conta a história dá o seu enfoque, dá a sua versão, enfatiza o que interessa e o que percebe. Aquilo que mais me atinge num determinado acontecimento vai ser aquilo de que mais me lembrarei quando relatar o acontecimento a alguém, sempre! O enfoque depende das minhas sensibilidades e interesses. Por isso sempre convido meus alunos a compreender os interesses dos que contam as histórias, principalmente quando eles vendem a ideia de que estão contando histórias "reais" ou por um prisma "imparcial".

O maior de todos os medos, a meu ver, é o medo que todos os sistemas que detêm algum poder têm de que esse potencial criativo do ser humano - a capacidade de ser o narrador da sua própria história - seja descoberto e ampliado. E se amanhã a "sensação de insegurança" veiculada pela mídia acordasse com uma certa "sensação de insegurança"? Se ela não fosse mais tão "óbvia". Se ao invés de ouvirmos à televisão desligássemos e ouvíssemos o som das ruas, se conversássemos com nosso vizinho ao invés de olharmos ele como "o outro", "o desconhecido", como uma ameaça em potencial? E se abandonássemos o papel de espectador e assumíssemos uma postura de protagonistas das nossas histórias? E se criássemos nossos próprios sentidos, e se fôssemos nossos próprios heróis?


Fonte: Areté e Timé

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O desafio de contar boas histórias

Por Marcelo Douek*

Todos sabemos que contar histórias é mais antigo do que andar para frente. Falar que as pessoas fazem isso desde os tempos das cavernas também é chover no molhado. O problema é quando as pessoas falam de storytelling com um certo descompromisso, se aproveitando do termo para surfar a onda ao invés de explorar a riqueza do conceito.

Concordo que, com o advento da tecnologia e o acesso à informação, simplificar a mensagem se torna importante para que o consumidor a absorva. Porém, associar essa “simplificação” a contar uma história, como se fosse uma coisa fácil, diminui a importância do storytelling no papel da construção das marcas.

Criar uma história verdadeira, relevante e emocionante não é nada simples. Roteiristas de renome não passam meses e meses reescrevendo suas histórias até chegarem no formato ideal por preciosismo. Costumo fazer um paralelo entre o storytelling e a tecnologia. O iphone é uma das inovações tecnológicas mais importantes dos últimos tempos em termos de produto. Sua usabilidade friendly e simples não quer dizer que o produto seja simples. Já imaginou quão complexo é o sistema que permitiu que a gente olhasse para o produto e o julgasse “simples”?

Com as boas histórias acontece a mesma coisa. Aquelas mais brilhantes, que tocam as pessoas e são grandes sucessos de público não são as histórias simples, mas as que nos parecem simples. Por trás da tela (seja ela qual for), as histórias são complexas, com personagens e universos, tramas e sub-tramas, conflitos e tensões que levam muito tempo para serem desenhadas.

Portanto, quando um diretor de marketing ou um profissional de agência chega à conclusão que a marca “x” deve contar uma boa história, ele precisa entender que o desafio por trás disso está em transformar uma rede complexa de dados (histórico, posicionamento, mercado, impacto da concorrência etc) em histórias que se parecem simples aos olhos de quem as assiste, mas que escondem um processo tortuoso e complexo. Como diria Daniel Pink, contar histórias é uma das aptidões do cérebro futuro. Eu completo dizendo que entender os mecanismos por trás dessa ferramenta não é tarefa para os simplistas. Boa semana e boas histórias!

*Marcelo Douek é Sócio–diretor da LUKSO Story & Strategy.

Fonte: Mundo do Marketing

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Um pouco de história com Cristina Helena Almeida de Carvalho

A professora Cristina Helena Almeida de Carvalho estudou a fundo os impactos da Reforma Universitária, durante regime militar que governou o país, na expansão do ensino universitário em instituições privadas no Brasil. Docente da Universidade Presbiteriana Mackenzie, mestre em economia pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e doutoranda em economia pela própria instituição do interior paulista, é pesquisadora em financiamento e políticas públicas com ênfase em educação superior. Na sua tese de mestrado, faz um passeio pela história e elenca os mecanismos de incentivo à expansão da educação superior privada e contrapõe essas idéias ao que ocorre na atual conjuntura educacional.

Em entrevista ao Portal Aprender, ela conta o que ocorreu com nossa educação nas últimas quatro décadas.

@prender - Qual era o contexto histórico do período antecedente à Reforma Universitária de 1968? Quais eram as condições políticas, econômicas e educacionais vigentes na época?

Nos anos 1960 havia um debate teórico no Brasil e nos demais países da América Latina sobre os rumos do processo de industrialização e seus resultados para o desenvolvimento econômico e social. O projeto de desenvolvimento envolvia, entre outras questões, a discussão a respeito do papel desempenhado pelo sistema educacional neste processo. O início da década foi marcado por conflitos políticos e militares e a reorganização e bipolarização do poder mundial. O quadro de incerteza e questionamento sobre o futuro do capitalismo conduziu a radicalizações ideológicas e a sensíveis alterações na política externa americana. O contexto geopolítico mundial caracterizava-se pela Guerra Fria, ou seja, o constante confronto político e econômico das duas superpotências que emergiram da Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos e União Soviética, e a busca incessante de aliados e conquistas territoriais por ambos os lados.

No bojo do novo padrão de relações internacionais, o principal veículo dos fundos e de execução da Aliança para o Progresso foi a AID (Agency for International Development). A USAID, como ficou conhecida a agência americana, tornou-se o principal financiador do Brasil, fornecendo 80% do capital líquido de longo prazo que entrou, entre 1964 e 1967 [Cf. SKIDMORE, 1988]. Esta agência passou a prestar assistência técnica e cooperação financeira em prol da reorganização do sistema educacional brasileiro, por meio de uma série de acordos com o MEC [Ministério da Educação].

Na economia, a nova ordem para os países latinos americanos era a busca do crescimento econômico a qualquer preço. No campo político, o apoio irrestrito e incondicional ao modo de produção e ao estilo de vida capitalista americano. No plano social, a educação tornou-se o fator propulsor indicado para a arrancada rumo ao desenvolvimento e a redução das desigualdades sociais. O Brasil sofreu as conseqüências do reordenamento político, por meio da absorção de novas diretrizes nos campos econômico, político e social.

Neste período, duas opções pareciam bem claras para a política externa brasileira: a primeira pressupunha reafirmar os laços de cooperação e interdependência com os Estados Unidos, atrelando a política interna a compromissos externos. Como membro da Aliança para o Progresso, estava colocado ao país o modelo de desenvolvimento econômico em etapas e a Teoria do Capital Humano. Os benefícios internos do desenvolvimento associado seriam a abundante entrada de capitais e a garantia da conservação das elites no poder.

A via alternativa consistia no rompimento com o padrão de desenvolvimento dependente e em buscar a autonomia com participação popular. Esta atitude era vista como uma ameaça ao capitalismo e certamente sofreria retaliações por parte do governo americano quanto ao ingresso de capital estrangeiro. Este dilema era próprio de um país dependente em busca do desenvolvimento econômico. O contexto geopolítico da guerra fria, as novas relações econômicas e políticas com os Estados Unidos estabelecidas pela Aliança para o Progresso e a necessidade crescente de capital estrangeiro, determinaram a escolha política.

Este período foi marcado por uma intensa e prolongada crise econômica e política. Quanto ao caráter econômico da crise, com o fim do plano de expansão da capacidade produtiva do governo de Juscelino Kubitschek, o país viveu uma fase de recessão e de taxas elevadas de inflação. Quanto ao aspecto político, crises político-institucionais e partidárias assolaram o país. As manifestações mobilizaram as classes populares e as camadas médias, fortalecendo o movimento operário e os trabalhadores rurais, contra a expansão econômica concentradora de renda e a baixa capacidade de emprego e remuneração.

O golpe de estado em 1964 foi corporificado na conservação das elites no poder, especialmente, aquela associada aos interesses do capital multinacional, cujos interesses políticos e econômicos estavam voltados para a reafirmação dos laços de dependência em relação aos Estados Unidos. O primeiro governo militar explicitava o alinhamento ideológico com a "Aliança para o Progresso" e confirmava o compromisso com o discurso anticomunista em nome da segurança nacional.

@prender - De acordo com seu trabalho sobre o processo de expansão do ensino superior privado a partir de 1968, quais foram os principais fatores de estímulo e de sustentação para a Reforma Universitária?


Na educação superior havia crescente assimetria entre a demanda e a oferta de vagas, tornando-se um sério entrave a construção da "grande potência". Os crescimentos demográficos e da população urbana foram fatores de pressão da demanda potencial, enquanto, a pressão por vagas pelos concluintes do ensino de segundo grau, ampliou o contingente de demanda efetiva. Apesar de inúmeras medidas jurídicas e administrativas que alteraram a oferta de vagas no ensino superior ao longo da década de 1960, estas foram insuficientes para a resolução da "crise dos excedentes". Diante da insatisfação da classe média, aliada do governo militar à época do golpe, que vislumbrava a escolaridade formal como veículo de ascensão social, das manifestações públicas do movimento estudantil, adversário ferrenho da política de exceção, e da pressão externa por meio das "recomendações" explícitas da USAID, o governo federal foi impelido a promover a Reforma Universitária.

@prender - Quais eram os principais objetivos da Reforma Universitária?

A Reforma Universitária de 1968 foi impulsionada por dois objetivos explícitos. O primeiro era ampliar, em termos quantitativos, a parcela da população com grau superior de escolarização, principalmente nas áreas técnicas e tecnológicas, de modo a produzir o "capital humano" necessário para alavancar o desenvolvimento econômico. Desta forma, a reforma educacional deveria ser direcionada, principalmente, para as carreiras funcionais ao mercado de trabalho industrial. O segundo era resolver a pressão da classe média que buscava o acesso ao sistema de ensino superior. A classe média foi a aliada política do regime militar desde a consolidação do golpe. A manifestação de descontentamento, por parte desta camada social, provocou instabilidade e a aproximou de camadas da oposição política. As manifestações públicas foram se avolumando em torno dos resultados dos vestibulares que, cada vez mais, produziam um contingente de pleiteantes eliminados combinados a vagas não preenchidas. Concomitantemente, os corpos docente e discente exigiram modificações no sistema de vestibular, bem como a reformulação e a adequação do ensino superior à demanda por trabalho qualificado.

Interessou?
Leia a entrevista completa no Portal Aprender.
Leia também os artigos "Estudo avalia expansão do ensino superior privado" de Álvaro Kassab e "Ruptura e continuidade no ensino superior" de Isabel Gardenal no Jornal da Unicamp

Veja alguns trabalhos e artigos publicados de Cristina Helena Almeida de Carvalho:
O Prouni no governo Lula e o jogo político em torno do acesso ao ensino superior
Política para o ensino superior no Brasil (1995-2006)
Agenda neoliberal e a política pública para o Ensino Superior nos anos 90