quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Estudo analisa impacto de peças publicitárias na mente do consumidor




De Redação Adnews

A criação de uma estratégia de comunicação geralmente é feita a partir de uma visão subjetiva. O profissional que desenvolve a peça publicitária - o emissor - deve ser capaz de compreender as necessidades e desejos do consumidor e, a partir disso, projetar qual seria o impacto de sua mensagem sobre esse receptor. No entanto, o real impacto da comunicação, que determinará seu sucesso ou fracasso, só pode ser avaliado depois que a informação é absorvida pelo próprio receptor.

Pensando nisso, a Forebrain, empresa especializada em neuromarketing, acaba de lançar o maior estudo sobre o tema produzido no Brasil, o BRAIN 500. O produto é resultado de uma pesquisa de dois anos, baseada na neurociência do consumo, que avaliou como os consumidores foram estimulados e reagiram a mais de 500 anúncios. O objetivo do estudo é aproximar marcas e consumidores por meio de estratégias de comunicação eficientes, que só são possíveis quando o receptor da mensagem é influenciado efetivamente. Todos os comerciais analisados ficam disponíveis em uma plataforma online, chamada BRAIN Analytics, que permite a análise e comparação de filmes publicitários e criação de insights de comunicação.

Por meio de técnicas neurocientíficas, foram mensuradas as reações inconscientes de mais de 1200 consumidores. O estudo traz aprendizados sobre o que faz o consumidor prestar mais atenção na mensagem, quais formatos podem aumentar a memorização do comercial, ou mesmo como criar anúncios capazes de provocar uma resposta emocional mais impactante nos consumidores.





Segundo Billy Nascimento, co-CEO da Forebrain, a comunicação é caracterizada em sua maior parte por estratégias de comunicação unilaterais, onde não há uma resposta direta do receptor. Ainda assim, a publicidade apresenta claramente expectativas com relação a um retorno do consumidor ao medir indicadores como intenção de compra, recall, brand awareness e market share.

"Quando analisamos as respostas neurais dos consumidores frente a uma peça publicitária, podemos entender, de fato, como ele decifra os códigos enviados pelo anunciante, sem intermediários", explica Billy..

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Neuromarketing, uma hipnose na publicidade.



Por Bia Vasco para Plugcitários

Ainda não inventaram roupas que deixem a pele mais bonita ou sem imperfeições, mas quando a luz do provador da loja não é tão clara, suas imperfeições não aparecem tanto. ;)

Sabem aqueles programas antigos com charlatões metidos a gurus, videntes e afins, que diziam conhecer formas de doutrinar a mente e condicionar o corpo?

De certa forma é possível sim exercer certo domínio sobre a mente humana, mas isso é feito através de estudos e conhecimentos, não de bolas de cristal e roupões.

O cérebro, assim como outras partes do corpo tem reações involuntárias, baseadas nas reações físicas normais, experiências de vida e muitas vezes na convivência social.

A pessoa que está com sede e precisa de uma ”Coca Cola”, está na verdade, com vontade de tomar o produto, que considera ser eficaz para isso, uma associação. Mas analisando friamente, ela é apenas um ser humano com sede. E se a sede apertar vale beber qualquer coisa.

Uma praça de alimentação em um shopping no último andar, fazendo com que se tenha que passar por outros andares até chegar nela, e muitas vezes escadas rolantes desligadas de um lado do shopping, fazendo você atravessar o shopping pra subir pro próximo andar, seriam problemas de organização? Arquitetura? Culpa do estagiário?

Para já parar com a impressão de teoria da conspiração, seguem alguns dados bem práticos sobre o funcionamento do cérebro humano, que são essenciais para comunicação:

Chamando atenção

É possível chamar 100% a atenção de uma pessoa chamando a pelo “nome dela”, e

50% usando a palavra “você”.

Apostar nas chamadas personalizadas é uma boa opção. Até cartãozinho personalizado vale. Lembram que antigamente usavam? Chegava em casa em datas especiais.

“Bia, feliz aniversário!”

“Carlos você completou 1 ano como nosso cliente e ganhou…”

Falando sobre compras

– 95% das decisões de compra são inconscientes
– 92% consumidores dizem que o visual é o fator mais importante na compra do produto

Não esquecendo que muitas compras são realizadas por impulso!

Mais dados…

MotivosFonte: Harvard Neouroscience Researsh =)

Informações retiradas de estudos feito pela Universidade McGill, em Montreal, no Canadá



Se tratando de sexo…

Cérebro masculino x Cérebro feminino também tem seus pontos de destaque, que servem como caminhos a serem explorados.

Imagenzinha prática


cerebros sexos


Palavras… Da pra tentar ter uma base por exemplo de quem vai gostar mais de ouvir histórias, dicas ou conversar sobre determinado produto ou assunto, e quem vai comprar muitas vezes por uma especificação simples ou informações diretas na embalagem.

Utilizando neuromarketing no digital, é possível encontrar melhores maneiras de estruturar plataformas, criar engajamento, impulsionar conversões, capturar leads, entre outros.

Para finalizar e mostrar na prática como alguns desses estudos são feitos e testados seguem alguns exemplos que tiveram uma ajudinha da tecnologia

Eye-tracking (aparelho capaz de medir movimentos dos olhos baseados em testes assistidos) Capazes de mostrar pontos mais relevantes e trajetória de observação.


Eye_Tracking

Veja um exemplo em vídeo:





Também é possível medir impulsos através de um Eletroencefalograma, que mostra as áreas que estão sendo afetadas no cérebro (regiões com maior corrente elétrica).

Nesse outro exemplo é possível ver a junção de recursos aplicada a um case da Volkswagen, o “The Force”, que mostra os principais itens de importância, a atenção, memória e emoção.


O Emocional engagemnt.




(Campos maior tensão: Vermelho – dilatação da pupila, Amarelo – Onde ela passa os olhos)

Melhor que guru né =)

A finalidade desses exemplos é mostrar que é possível/importante monitorar reações e percepções e assim gerar dados relevantes.
Publicitários, busquem sempre informações baseadas no seu público, objetivos e necessidades, se apropriem de estudos já realizados, e também se atentem a essas tecnologias fantásticas inventadas.
Algo melhor que conhecer reações humanas para condicionar ações humanas?

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

O que a propaganda espera para o mobile em 2016



Por Mariana Ramos para Adnews

Tente se lembrar de momentos do seu dia em que seu smartphone não esteja presente. Provavelmente eles existem, mas é igualmente provável que sejam raros. E a tendência, para a alegria dos entusiastas da tecnologia, é que se tornem cada vez mais escassos.

A presença de dispositivos móveis é cada vez mais forte em nosso cotidiano, fazendo como esses aparelhos sejam praticamente uma extensão de nossos corpos. Para confirmar a veracidade dessa afirmação, basta fazer um simples exercício: observe ao seu redor, as pessoas nas ruas, no transporte coletivo e até nos particulares (apesar de todo o sabido perigo que o uso de celulares ao volante pode significar). Cabeças curvadas, olhos atentos e dedos ágeis voltados para um pequeno (ou nem tanto) objeto que hoje corresponde, por exemplo, a maior fatia das buscas na maior plataforma de pesquisas do mundo, o Google, ultrapassando o desktop e atingindo a marca de 1,4 bilhões de usuários no final do ano passado.

Para se ter uma ideia do crescimento da importância do mobile no mercado brasileiro nos últimos abis, vale atentar para os números de um estudo realizado pelo eMarketer no segundo semestre de 2015. Segundo o levantamento, houve um crescimento estimado em 120% dos investimentos em publicidade para dispositivos móveis no Brasil no ano passado, com uma cifra que ultrapassou a casa dos US$ 500 milhões. Para este ano, a previsão da plataforma é que o investimento global em publicidade mobile seja de US$ 100 bilhões, o que representa mais de 50% do total que é investido em campanhas digitais.

Olhando para este cenário, em que os dispositivos móveis deixam de ser a "segunda tela" para ocupar lugar de destaque na vida do consumidor, é fácil deduzir que 2016 tem tudo para ser "o ano do mobile". Não é necessário ser nenhum expert no assunto para entender sua dimensão, mas como não há nada melhor que ouvir quem lida com o fenômeno na prática, perguntamos a três executivos de agências o que o mercado publicitário pode esperar para o mobile este ano. Confira o que eles disseram sobre o assunto:


Tiago Lucci, Diretor Criativo da SapientNitro Brazil



"É tentador para as marcas ocupar um espaço de atenção na tela dos consumidores, mas se tornou muito mais difícil alcançar a permissão deles para isso. Os smartphones têm uma característica emocional completamente diferente dos outros devices: eles são íntimos de seus proprietários. Ocupam seus bolsos, suas bolsas. Dormem na mesma cama. Vão junto para o banheiro. Sabem onde você vai e onde está agora. Você o segura com as duas mãos e o traz para perto do rosto. Muitas vezes, até esconde a tela dos olhares alheios.
É por isso que receber uma publicidade no celular se torna muito mais invasivo do que em qualquer outra tela ou papel. Ele faz parte da sua privacidade. E ninguém gosta de ter a privacidade violada. O celular, mais do que qualquer outra mídia, convida a publicidade a fazer algo que ela não está acostumada a fazer: ser interessante para as pessoas. Da mesma forma que você não gosta de pessoas chatas na sua lista do WhatsApp, também não vai querer marcas chatas ocupando a tela do seu smartphone.

Existem muitas formas de ser interessante para o consumidor, mas vou ressaltar apenas dois caminhos pelos quais as marcas podem oferecer mais relevância para as pessoas em 2016: por atividade e por localização. Pensar em formas criativas de interagir com as pessoas durante uma atividade que elas praticam no celular e entregar algum conteúdo relevante considerando o momento e o local onde a pessoa se encontra."



Fabio Simões, Diretor Executivo de Criaçāo da FCB Brasil



"A penetração dos smartphones na classe C e a transformação do celular como principal porta de entrada para o mundo digital vai ter um impacto grande em como você comunica sua marca. Isto acontece não só por ser a plataforma de mídia que mais cresce, mas pelo momento de crise que pede uma comunicação que tenha uma ligação mais direta com a compra. Entre as inúmeras inovações que vão surgir, estas para mim são as que vão influenciar o nosso dia a dia: vídeo vertical, redes sociais viram redes de conteúdo, Instagram Ads e 360 & VR.

Mexa-se para não ficar irrelevante. O celular é o único item que nos acompanha da manhã a noite, do trabalho as férias, do banheiro ao chuveiro, vestidos ou pelados."







Kaue Lara Cury, Diretor de Integração da AlmapBBDO



"Desde alguns anos escutamos falar que é a vez do mobile, que agora sim a publicidade mobile iria voar e tudo mais. O que mais me afligia nesse discurso é que o usuário de mobile ainda não estava conectado e maduro o suficiente para que esse boom acontecesse, e o reflexo desse despreparo foi sentido nas expectativas não alcançadas para o meio.

Ainda existem muitos pontos a serem evoluídos e trabalhados. O número de usuários é alto, mas o hábito bem diferente comparado com o Desktop, principalmente quando falamos de conversão. Muita gente pesquisa pelo celular, pouca gente efetiva a compra. Como sempre defendemos aqui na Almap, entender a função de cada meio e incluí-lo da melhor maneira na jornada de cada um dos nossos targets é a chave para tornar o meio relevante, não apenas uma promessa. Outro ponto é conseguir analisar a audiência do meio. Tem Mobile Site, Tablet Site, APP para iOS, para Android, para Windows. Enfim, ainda teremos um tempo navegando sem muito saber o norte real dos números que alcançarmos, mas os parceiros de pesquisa já estão se mexendo para melhorar isso também."

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Em tempos de "digitau", Conar explica sua função em campanha




De Exame.com

No momento em que a atuação do Conar está inserida no debate sobre o comercial "Digitau" do Itaú criado pela Africa, o órgão de autorregulamentação da propaganda no Brasil vai se posicionar através de seu mais novo filme "Fifi", criado pela AlmapBBDO e produzido pela Sentimental.

Com o mote de "Quem cria, nem sempre percebe o que há de errado. Na propaganda também é assim", a campanha busca esclarecer ao público a natureza da instituição.

Com o tom de humor, o vídeo mostra a história de uma senhora que cuida de um gambá pensando se tratar de uma cachorrinha de estimação.

No fim, a narração do comercial elucida que nem sempre quem cria se dá conta dos equívocos que comete ou pode vir a cometer. O filme encerra com a mensagem:

"Por isso existe o Conar, que escuta os consumidores e cobra ações do mercado publicitário. Conheça o Conar."

O filme "Gambá" pode ser visto em duas versões, uma de 30 e outra de 45 segundos. A direção é da Dupla Amnésia e as gravações foram feitas em São Paulo utilizando um robô animatronic que imitava o animal. Além do comercial, a campanha também conta com anúncios impressos.

Segundo nota para a imprensa, a ideia do Conar é deixar claro ao público que a sua missão é ouvir a opinião do consumidor sobre propaganda e cobrar ações do mercado de modo democrático e transparente.

A explicação parece pertinente, sobretudo se você se atentar a imensa maioria dos comentários sobre a iniciativa do Conar em julgar a peça do Itaú, que faz parecer que muita gente ainda não conhece as funções e missões do órgão.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Contas fechadas. Foram estes os anúncios mais premiados em 2015 no mundo.


Por Rui Oliveira Marques para meiosepublicidade

Depois de contabilizados os resultados de 45 festivais nacionais e internacionais, já é possível saber quais foram os trabalhos, agências, anunciantes, produtoras e países mais premiados no último ano. Os resultados constam do Gunn Report 2015, agora divulgado. Destaque para a campanha #LikeAGirl”, da Leo Burnett Toronto, e para o filme de Natal criado pela Adam&EveDDB. Confira os vencedores:


Filmes mais premiados em 2015


1 John Lewis, “Monty’s Christmas”, Adam&EveDDB (Londres)
2 Leica Gallery São Paulo, “100”, F/Nazca Saatchi & Saatchi (São Paulo)
3 Twix Bites, “#TBT Bites” campaign, BBDO New York (Nova Iorque)




Anúncios de imprensa/exterior mais premiados em 2015




1 Buick Road Safety “Human Traffic Signs” campaign, Lowe China (Shanghai)
2= KFC “Burger”/ “Drumstick”/ “French Fries”, BBDO Proximity (Kuala Lumpur)
2= Samsung, “Safety Truck”, Leo Burnett (Buenos Aires)


Anúncios digitais mais premiados em 2015


1 Honda Civic Type R, “The Other Side”, Wieden+Kennedy (Londres)
2 Geico, “Unskippable” campaign, The Martin Agency (Richmond)
3 Under Armour, “I Will What I Want – Gisele Bundchen”, Droga5 (Nova Iorque)


Campanhas mais premiadas em 2015


1 Always, “#LikeAGirl”, Leo Burnett (Toronto)
2 ZDK Exit Deutschland, “Nazis Against Nazis – Germany’s Most Involuntary Charity Walk”, GGH Lowe (Hamburg) / Grabarz & Partner (Hamburg)
3= Intermarché, “Inglorious Fruit & Vegetables”, Marcel (Paris)
3= No Somos Delito (We Are Not Crime), “Holograms For Freedom”, DDB Spain (Madrid)

Campanhas mais premiadas no All Gunn Report Media em 2015


1 Always “#LikeAGirl”, Leo Burnett (Toronto)
2 John Lewis, “Monty’s Christmas”, adam&eveDDB (London)
3 ZDK Exit Deutschland, “Nazis Against Nazis – Germany’s Most Involuntary Charity Walk”, GGH Lowe (Hamburg) / Grabarz & Partner (Hamburg)

Agências mais premiadas em 2015


1 BBDO New York (Nova Iorque)
2= adam&eveDDB (Londres)
2= AlmapBBDO (São Paulo)


Networks mais premiadas em 2015


1 BBDO
2 Leo Burnett
3 DDB


Países mais premiados em 2015


1 EUA
2 Reino Unido
3 Austrália


Anunciantes mais premiados em 2015


1 Volkswagen
2 Samsung
3 Nike


Produtoras mais premiadas em 2015

1 Smuggler (Londres, Los Angeles, Nova Iorque)
2 Stink / Stink Digital (Londres, São Paulo, Moscovo)
3 Blink Productions (Londres)


Realizadores mais premiados em 2015


1 Dougal Wilson (Reino Unido)
2 Augusto Gimenez Zapiola (Argentina)
3= Jones+Tino (Brasil)
3= Ringan Ledwidge (Reino Unido)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Hotel na Holanda é o paraíso dos games



De Redação Adnews

No mundo atual, muitas das ferramentas e informações sobre marketing circulam com muito mais facilidade entre empreendedores de todos os níveis. Se o conhecimento dos profissionais é cada vez maior e o mercado muito mais competitivo, na maioria das vezes uma boa sacada e uma dose extra de criatividade são os pontos essenciais para encontrar um diferencial competitivo e alavancar uma marca ou mesmo um negócio.

Foi o que fez um hotel em Amsterdam. O Arcade Hotel criou para si uma proposta divertida, diferente e que envolve uma comunidade bastante significativa: os gamers. Nele, seja nos quartos ou nas acomodações externas, os hóspedes encontram jogos e consoles diversos para poder se divertir por horas a fio. Até mesmo no bar é possível encontrar aparelhos portáteis.

"Eu quero criar um lugar onde os viajantes e os jogadores se sintam como se eles estivessem em casa com os amigos", disse Daniel Salmanovich, dono do hotel, em entrevista para a imprensa holandesa. As reservas custam a partir de 66 euros. Confira algumas das imagens do local.











quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

3 filmes do Oscar que todo empreendedor deveria ver



De Redação Revista PEGN

Em pouco mais de um mês, o Oscar vai anunciar os grandes vencedores do cinema em 2016. Todos os anos, os associados da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas se reúnem para escolher os melhores em várias categorias do cinema. Mais do que uma prêmio e uma noite de gala, o Oscar pode ainda trazer ensinamentos para os empreendedores.

Confira três filmes que estão concorrendo à estatueta neste ano e o que eles podem te ensinar.

1. "Joy"


Estrelado pela ganhadora do Oscar de melhor atriz Jennifer Lawrence, Joy conta a história de uma empreendedora americana. A comédia dramática mostra como Joy Mangano inventou o esfregão Miracle Mop e ficou milionária. A direção é de David O. Russell. O longa está concorrendo na categoria Melhor Atriz, pela atuação de Jennifer Lawrence.



2. "Steve Jobs"


A história do criador da Apple nos cinemas é interpretada pelo ator Michael Fassbender. A trama se passa durante três lançamentos da empresa apresentados por Jobs e mostra como o empreendedor era na vida pessoal e profissional. Quem dirigiu foi Danny Boyle, que já foi vendedor do Oscar. Michael Fassbender concorre na categoria de melhor ator, Kate Winslet, a Melhor atriz coadjuvante.




3. "Grande Aposta"


Baseado em um livro do jornalista americano Michael Lewis, o filme conta como quatro investidores ficaram ricos ao antecipar a bolha imobiliária nos Estados Unidos e a crise de 2008. No Oscar, concorre às estatuetas de melhor filme, melhor diretor para Adam McKay, melhor roteiro adaptado, melhor montagem e melhor ator coadjuvante para Christian Bale.



quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Festival de Sundance: Como é a "Comic Con hipster" do cinema



Por Natália Bridi para Omelete

O Instituto Sundance foi criado para dar voz a quem tinha personalidade demais para Hollywood. Assim, em 1981, Robert Redford retomou o seu personagem marginalizado de Butch Cassidy and the Sundance Kid (1969) para transformar a vida de diversos cineastas.

Das montanhas de Park City, no estado de Utah, surgiram nomes como Paul Thomas Anderson(que exibiu o curta Cigarettes & Coffee, em 1993); Darren Aronofsky (com o experimental Pi, em 1998); Ryan Coogler (com Fruitvale Station: A Última Parada, em 2013, abrindo seu caminho paraCreed e Pantera Negra); Ava DuVernay (com Middle of Nowhere, em 2012, abrindo caminho paraSelma); Cary Fukunaga (com o curta Victoria para chino, em 2014, abrindo caminho para True Detective e Beasts of No Nation); Todd Haynes (com Veneno, em 1991), Justin Lin (com Better Luck Tomorrow, em 2002, antes de partir para a franquia Velozes e Furiosos); Rian Johnson (que começou com A Ponta de Um Crime, em 2005, e agora trabalha em Star Wars: Episódio VIII);Bryan Singer (com Public Access, 1993, e depois com Os Suspeitos, em 1995); Steven Soderbergh(com Sexo, Mentiras e Videotape, em 1989); Colin Trevorrow (com Sem Segurança Nenhuma, em 2012, para depois seguir com Jurassic World e Star Wars: Episódio IX); e Quentin Tarantino (comCães de Aluguel, em 1992) - para citar apenas alguns nomes.

Atributos de descoberta e oportunidade que Sundance mantém intactos, mais de 35 anos depois da sua fundação. “A coisa mais notável é que é um festival que realmente foca em quem faz os filmes. Nessa descoberta de novos talentos e é sobre apoiar os contadores de história que, por alguma razão, escolheram trabalhar independentemente, seja nos EUA ou no resto do mundo”, explica John Nein, programador sênior do festival, responsável por escolher o que participa da mostra - entenda aqui.

O equilíbrio entre as produções norte-americanas e internacionais é realmente um dos destaques de Sundance, dando uma lição de diversidade que poderia ser aprendida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. “Pessoalmente é a coisa mais importante para mim”, conta Nein”, “o que você diria para os cineastas americanos é a mesma coisa que você diria para os cineastas internacionais. Estamos tentando dar a eles a oportunidade de serem reconhecidos pelo seu trabalho e continuar a fazer cinema”. O premiado Que Horas Ela Volta?, da brasileira Anna Muylaert, seria, segundo o programador, um exemplo de filme “que realmente toca o público e mostra como um filme internacional pode funcionar nos EUA, basta receber a oportunidade”.

O público que escolhe e premia as produções em Sundance tem a mesma origem da Academia: uma elite branca e endinheirada de trabalhadores da indústria cinematográfica - nas plateias dos cinemas e nas ruas de Park City é possível facilmente fazer essa constatação. A diferença está na disposição de aceitar o próximo e o diferente, de buscar sempre o novo, não importa a sua origem, como bons mecenas. Sundance se mantém jovem, apesar da idade, e o Oscar envelhece mal, recolhendo inclusive alguns frutos de Utah para disfarçar a sua rabugice - veja aqui.

A Comic Con Hipster





Barba, camisa xadrez, óculos de aro grosso. É o uniforme padrão dos homens de 20 a 40 anos em Park City. Entre filmes independentes e diferentes, os hipsters cinéfilos encontram a sua casa nas montanhas. O clima é o mesmo de uma Comic Con, marcando o encontro entre os fãs e seus objetos de afeto.

Os cinemas são espalhados pela pequena cidade, famosa antes pela mineração de prata e por suas pistas de esqui (recebendo atenção especial durante as Olimpíadas de Inverno de 2002), e escolhida por Redford por ser próxima a sua propriedade na região, também batizada de Sundance. Ônibus gratuitos, operados por voluntários, conectam as diferentes salas de projeção a Main Street, coração do festival, que transforma casas comerciais em estandes para empresas e estúdios. Os bares alimentam (e embebedam) os visitantes, que também fazem compras invernais pela avenida.

Os voluntários, distribuídos por todos os pontos, são alegres e dispostos, como se todos estivessem em sintonia. Tendas aquecidas comportam as filas que se formam em estacionamentos como o do Park City High School, transformado em Eccles Theatre durante os dias do festival. As conversas na espera pelos filmes variam da competição de egos entre jornalistas (para ver quem viu mais e quem sabe mais) a troca de dicas (“você precisa ver esse”, “não perca seu tempo com aquele”). Todos obcecados por cinema.

Ver qualquer filme em um festival como Sundance é diferente. O público grita, aplaude os créditos, ri alto, chora e chega a sair da sala quando não gosta do que está vendo (o alemão Wild eSwiss Army Man, com Daniel Radcliffe, são alguns dos campeões de controvérsias desse ano). Para quem ama cinema é um prazer único, como se cada sessão fosse a possibilidade de descoberta de um novo Tarantino. Uma experiência inesquecível.

Leia mais sobre Festival de Sundance



terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Operadoras de TV por assinatura se unem em investida contra a Netflix




Por Laysa Zanetti para Adoro Cinema

O Brasil é visto como um dos mercados em que a Netflix mais cresceu e é amplamente citado como um exemplo de sucesso pelos próprios executivos da multinacional. Mas, se depender das operadoras de TV por assinatura, a festa acaba em breve.

Após terem perdido quase 1 milhão de assinantes entre 2014 e o fim de 2015, as operadoras estariam se unindo para acionar um megalobby em Brasília para pressionar o governo para aprovar certas medidas que visam prejudicar a Netflix.

De acordo com informações apuradas pela reportagem do UOL, as operadoras se uniram para atuar em várias frentes e propuseram uma série de medidas a serem estudadas pelos órgãos governamentais. Entre as medidas, estão:

1- A Ancine (Agência Nacional do Cinema) exigiria que a Netflix também pague a Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional), uma taxa que cobra aproximadamente R$ 3.000 por cada filme no catálogo;

2- Obrigatoriedade de que 20% do conteúdo da Netflix seja de produções nacionais;

3- Todos os Estados da federação deveriam cobrar ICMs (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) das assinaturas. Ou seja: A cobrança seria feita diretamente para os clientes, aumentando o valor da mensalidade;

4- Uma taxa extra seria cobrada dos assinantes da Netflix toda vez que o cliente utilizasse streaming, com a justificativa de que o serviço consome muita banda larga.

Dentre as medidas citadas, a mais complicada de se aplicar é o limite de 20% de conteúdo nacional. Maior produtor de filmes nacionais, o Grupo Globo se recusa a fazer parceria com a Netflix, assim como a Band, que é parceira da Globo no setor de esportes. A Netflix já conta com novelas da Record e do SBT em seu catálogo, como Os Dez Mandamentos, Carrossel e Carrosel - O Filme. A última medida, que estuda a cobrança da dita 'taxa extra pela utilização de streaming', é a mais difícil de ser aprovada e, como destaca o próprio UOL, é possivelmente ilegal.

A Netflix veio se firmando, nos últimos anos, como uma grande ameaça para os seus concorrentes, tanto por não divulgar os seus números de audiência quanto por fornecer muito mais conteúdo por um valor menor de assinatura. No Brasil, as mensalidades variam entre R$ 19,90 e R$ 29,90, enquanto as TVs por assinatura fornecem pacotes nos valores entre R$ 70 e R$ 300, sendo a média nacional paga pelos assinantes estimada em R$ 166.

Recentemente, o executivo da NBC divulgou uma pesquisa que levantou os possíveis números de audiência das últimas séries produzidas pela Netflix. Chefe de Conteúdo da multinacional, Ted Sarandos respondeu dizendo que os números eram "extremamente imprecisos" e ainda provocou, questionando a decisão do concorrente de divulgar a pesquisa: "Talvez seja porque é mais divertido do que falar sobre a audiência da NBC."

Embora mantenha seus números em sigilo, tanto de audiência quanto de produtos disponíveis no catálogo, estima-se que a Netflix tenha alcançado recentemente a marca de 4 milhões de assinantes no Brasil, com faturamento total de aproximadamente R$ 1 bilhão em 2015 (cerca de US$ 250 milhões), somente no mercado nacional. O número total de produções, entre os 160 países em que a Netflix está disponível, é estimado em um milhão, entre filmes, séries e programas de TV.

As operadoras de TV por assinatura somavam juntas, em 2014, quase 20 milhões de assinantes. Em dezembro de 2015, o número havia caído para cerca de 19 milhões. Enquanto isso, as ações da Netflix na Bolsa de Valores dos EUA passaram por uma valorização de quase 140% somente no ano passado. Há cerca de duas semanas, vale lembrar, a Netflix oficializou sua expansão e agora atua em 160 países e está disponível em praticamente todos os territórios do globo, com exceção da China. A produtora também tem investido cada vez mais em produções locais, como Club de Cuervos, do México, e as ainda inéditas Marseille, da França, e 3%, do Brasil.

"Nós percebemos que aprendemos melhor entrando no mercado e aprendendo, mesmo que não sejamos perfeitos. O Brasil é o melhor exemplo", disse o presidente da empresa, Reed Hastings, explicando ao jornalista Peter Kafka que o feedback (em bom português, as reclamações) dos usuários brasileiros foi essencial na evolução da plataforma e otimização de seu serviço.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Público do cinema francês cresce 44% no Brasil


De Redação Film B

Levantamento da Unifrance, entidade responsável pela promoção do cinema francês no mundo, revelou que o público brasileiro para os longas da França cresceu 44% em um ano. De 3,7 milhões de ingressos vendidos em 2014, passou-se a 5,3 milhões de ingressos em 2015.

A conta inclui sucessos como a animação O pequeno príncipe – que se tornou a animação francesa mais vista da história -, Samba eAstérix e o domínio dos deuses; filmes falados em inglês, como o thriller Busca implacável 3, com Liam Neeson, produção da Europacorp de Luc Besson; e o documentário O sal da terra, sobre Sebastião Salgado, produção majoritariamente francesa.

Com o resultado, o Brasil superou a Itália e tornou-se o quarto mercado mais importante para o cinema francês, atrás apenas da China (14,7 milhões de ingressos em 2015), EUA e Canadá (14,4 milhões) e México (5,3 milhões).

França latina


A América Latina bateu recorde de vendas. Com 22,3 milhões de ingressos, um em cada cinco espectadores fora da França estava no continente. Colômbia e México tiveram crescimento relativo maior que o Brasil – de 116% e 76%, respectivamente.

No total, o cinema francês faturou 600 milhões de euros em 2015, queda de 12% em relação ao ano anterior. Foram 106 milhões de ingressos no mundo, contra 72,5 milhões dentro da França. Foi o segundo ano seguido em que foram vendidos mais ingressos fora da França do que dentro, o que confirma a eficiência da política de internacionalização do cinema gaulês.

Ao todo, a França exportou 515 títulos no ano passado. Desses, 20% foram animações.

Outro relatório da Unifrance divulgado pela Variety mostrou que, apesar de a França ser conhecida por seus filmes de autor, os filmes de fantasia e aventura como a franquia Astérix foram responsáveis por 82% dos ingressos pelo mundo, contra 29% das comédias. Estas vão melhor nos países vizinhos – filmes como A Riviera não é aqui e Os intocáveis venderam mais de 50% dos tíquetes na Alemanha, Bélgica e Luxemburgo
.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Oscar 2016: Academia pode mexer nas regras para aumentar a representação de minorias étnicas



De Marcelo Hessel para Omelete


A falta de representação negra no Oscar 2016 já está gerando boicotes - Spike Lee, Jada Pinkett Smith e Will Smith aderiram ao #OscarSoWhite e anunciaram que não vão à cerimônia - e pode provocar mudanças no sistema de categorias da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

Na segunda-feira, a presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, que é negra, fez um pronunciamento dizendo que "esta é uma conversa difícil mas importante, e é hora para grandes mudanças". Segundo o jornal The New York Times, fontes dizem que a organização do Oscar já estuda aumentar imediatamente o número de indicados a melhor filme para 10 longas (neste ano são oito). Pela regra vigente desde 2010, podem ser finalistas de cinco a dez filmes; para entrar, um filme precisa ser o favorito de pelo menos 5% dos votantes.

Outra mudança, menos provável, que tem circulado nos últimos dias seria aumentar para oito ou mesmo dez o número de indicados nas categorias de atuação. Defensores da medida acreditam que isso aumentaria as chances de representantes negros, latino e asiáticos emplacarem na premiação, mas o formato com cinco indicados nas categorias de atuação é um dos mais antigos do Oscar e está em vigência desde os anos 1930.

O jornal diz ainda que o conselho da Academia se reunirá na próxima terça-feira e deve discutir formas de abordar o assunto.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Conheça os maiores sets de filmagens do Cinema



Por Pablo R. Bazarello para Cinepop

Em um mundo cinematográfico atual, regido pela praticidade das telas verdes (nas quais computadores criam com facilidade o que o homem não teria como), a nostalgia bate forte. A artificialidade, por outro lado, impera, ao sabermos que tais “construções” são tão irreais que de fato não parecem estar ali. A verdade é que os grandes sets (cenários cinematográficos) da história foram verdadeiramente construídos, e não deixam de ser uma obra feita pelo homem, o que garante grande realismo. Pensando em resgatar uma Hollywood (e até mesmo produções não oriundas dos EUA) do passado, resolvemos formular esta lista baseada no site Wallpaperdirect, com os maiores sets da história do cinema. Veja:


Intolerância (Intolerance: Love´s Struggle Throughtout the Ages, 1916)




Este clássico de 1916 do diretor D.W. Griffith (O Nascimento de uma Nação), tem como tema a palavra de seu título, e mostra uma jovem mulher pobre, separada do marido e bebê pelo preconceito. Intercalando, temos contos de intolerância através da história. O cenário em questão é o da Grande Muralha da Babilônia, construído Frank “Huck” Wortman e Walter L. Hall, inspirado pelas pinturas do artista do século XIX, Lawrence Alma-Tadema. A grandiosidade era tanta para a época, que todos acreditavam que o cenário seria usado para pelo menos quatro filmes, e não apenas um. O set possuía 30 metros de altura por 1.615 metros de largura, custando US$2.5 milhões, uma verdadeira fortuna.


Os Dez Mandamentos (Ten Commandments, 1923)



A versão mais famosa e a que você deve estar pensando é a do diretor Cecil B. DeMille, de 1956, protagonizada por Charlton Heston e Yul Brynner. No entanto, o que poucos sabem é que o próprio DeMille havia filmado a mesma história algumas décadas antes, em 1923. E esta é a que vamos abordar, por ter chamado atenção na época. O cenário em questão é a cidade do Faraó , criado por Arnold Frieberg e Walter L. Hall. Custando US$1 milhão, o set possuía 39 metros de altura por 219 metros de largura.


Metrópolis (1927)



Outro clássico icônico e uma aula de direção de arte. Metrópolis, do diretor alemão Fritz Lang, mudou para sempre o cinema em sua dimensão, entregando muito do que conhecemos de ficção científica. Para ter uma ideia, esta produção inspirou em estilo filmes como Blade Runner: O Caçador de Androides e Batman (1989). O visual desta obra do expressionismo alemão, passada na sociedade distopica do futuro na fictícia cidade de Metrópolis, foi baseado no trabalho do arquiteto futurista Antonio Sant´Elia. O set Cidade de Metrópolis, criado por Eric Kettelhut, possuía mais de 5.500 metros quadrados.



Ben-Hur (1959)



Mil homens trabalharam na construção do grandioso cenário que reproduziu esta arena. Somente a cena em questão, da corrida de carruagens na arena, custou US$4 milhões, 1/5 do orçamento da produção dirigida por William Wyler e protagonizada por Charlton Heston – como podemos ver, o ator era o grande astro dos filmes mais caros de sua época. O set para a corrida de carruagens, criado por Horning, Hunt, Carfagno & Valentini, possuía 609 metros de comprimento por 20 metros de largura.



Cleópatra (1963)



Considerado até hoje um dos maiores desastres cinematográficos de todos os tempos, num aspecto financeiro, a produção dirigida por Joseph L. Mankiewicz e estrelada pela musa Elizabeth Taylorfoi tão cara e grandiosa que não se pagou. O set em questão é o fórum de Roma, duas vezes maior do que o original, por motivo de maior dramaticidade. A chuva destruiu grande parte do cenário nos estúdios Pinewood, onde Cleópatra era filmado, então o set precisou ser enviado para a Itália e reconstruído. O orçamento inflado quase faliu a Fox, no entanto, o criador John De Cuir saiu da empreitada premiado com um Oscar e um novo apelido: O Da Vinci de Hollywood. O set possuía 500 metros de altura por 339 metros de largura.



A Queda do Império Romano (Fall of the Roman Empire, 1964)



O estúdio espanhol de Samuel Bronston (produtor da obra) foi fechado abruptamente após o fracasso comercial deste filme, que tratava do fim do império romano (como diz o título), numa obra recheada de ação e astros como Sofia Loren, Alec Guinness, Omar Sharif e Chrisopher Plummer. O fracasso da produção significou o fim da era dos épicos do produtor Bronston. O fracasso se deu devido a críticas pouco elogiosas e a falta de interesse do público por épicos históricos. Outra vez, o set que chama atenção é o do fórum de Roma, aqui criado por Veniero Colasanti e John Moore. O cenário possuía quase 400 metros de altura por 230 metros de largura.



Jogos de Guerra (Wargames, 1983)



O filme com um Matthew Broderick adolescente, apresenta a premissa do que aconteceria se um jovem gênio da informática acidentalmente entrasse nos computadores de defesa americanos e iniciasse a Terceira Guerra Mundial. Era o medo da Guerra Fria potencializado. O diretor John Badham não teve acesso para filmar no interior do centro de pesquisa NORAD, precisando assim criar o seu próprio através de um gigantesco set. O diretor definiria posteriormente o cenário como “o sonho do verdadeiro NORAD”. De fato, conhecedores do local afirmaram que o set de US$1 milhão era mais impressionante do que sua contraparte real, o que supostamente convenceu os oficiais a elevarem a tecnologia do verdadeiro NORAD. O set criado por Geoffrey Kirkland possuía 2.787 metros quadrados aproximadamente.



Os Goonies (1985)



Um dos maiores clássicos de todas as épocas, a aventura, que continua a formar e a encantar várias gerações de cinéfilos, é imortal. O design dos sets do filme dos jovens aventureiros é impressionante. Nesse texto iremos abordar o maior deles. Você acertou, o navio Inferno do infame pirata Willie “Caolho”. O navio foi inteiramente construído, assim como os arredores: a cachoeira, o lago que desembocava no mar e a caverna. Além disso, existia também um polvo, numa famosa cena deletada. O navio Inferno foi mantido em segredo das crianças pelo produtorSteven Spielberg, a fim de uma reação genuína assim que todos o vissem. A artimanha do cineasta não funcionou, pois uma vez em que colocaram os olhos na construção, os jovens dispararam diversos palavrões abismados, que precisaram ser cortados. O navio foi criado por J. Michael Riva e possuía 32 metros de comprimento.



Batman (1989)


Como já citado, Batman teve como grande influência o filme Metrópolis. No entanto, Tim Burtonacrescentou sua visão única, tratando de introduzir influencias góticas na arquitetura. Dezoito hangares foram utilizados nos estúdios Pinewood para a construção de Gotham City, tal design depois viria a influenciar os quadrinhos da DC Comics. O criador do Batmóvel, Anton Furst chamou tanta atenção com seu projeto automobilístico, que foi convidado pela DC para criar também a cidade. O maior set possuía 380 metros quadrados.



O Segredo do Abismo (The Abyss, 1989)



O plano inicial do diretor James Cameron era filmar diretamente no oceano. No entanto, dois grandes tanques especialmente criados foram construídos em uma usina nuclear abandonada, para o controle mais preciso dos efeitos visuais. O tanque de sete milhões de galões era o maior tanque de água fresca do mundo. Os tanques foram criados por Leslie Dilley.



Hook – A Volta do Capitão Gancho (1991)



Steven Spielberg contratou John Napier como consultor visual após ficar impressionado com seu trabalho no espetáculo da Broadway, Cats. Os sets do navio Jolly Rogers e a praça dos piratas, no entanto, foram criados por Norman Garwood. O resultado foi tão impressionante que Tom Cruise,Michael Jackson, Prince e até mesmo a Rainha Noor da Jordânia fizeram um tour pelo set. O local possuía 2.787 metros quadrados aproximadamente.


O Último dos Moicanos (The Last of the Mohicans, 1992)




O set do Forte que reconstitui o Lake James State Park é dito ser o maior cenário já construído ao leste do Mississipi. O objetivo era evocar o estilo da época, até mesmo nos pequenos detalhes. Os artesãos do local confeccionaram peças para a decoração, como frascos medicinais e panelas para cozinhar. O Forte William Henry foi criado por Wolf Kroeger, e possuía 14.164 metros quadrados aproximadamente.



Waterworld – O Segredo das Águas (1995)



A maioria dos filmes desta lista, por se tratarem de produções extremamente caras, vieram a se tornar grandes fracassos financeiros (já que um orçamento monumental dificilmente se paga), e Waterworld não é exceção. A Universal, o astro Kevin Costner e o diretor Kevin Reynoldsaprenderam da pior maneira possível que filmar no mar pode ser um grande prejuízo. Entre furacões, enjoos e a falta de banheiros, o filme ultrapassou sua verba se tornando um dos maiores desastres do cinema recente. Mesmo assim, o set do atol criado por Dennis Gassner impressiona. O Local possuía 12.541 metros quadrados.



Titanic (1997)



O navio réplica da famosa embarcação foi criado em uma escala de 90%. Grande demais para qualquer estúdio, a reprodução intitulada “100 Dias de Estúdio” foi construído na costa do México. A água era bombeada direto do mar, para encher os tanques de 17 e 5 milhões de galões. O navio criado por Peter Lamont possuía 243 por 27 metros.



Gangues de Nova York (Gangs of New York)



O próprio Martin Scorsese, diretor do filme, disse que os sets em sua produção representam uma arte perdida. Fato confirmado pelo cineasta George Lucas, que visitou os cenários. A praça Paradise Square é o trecho mais chamativo do set, criado por Dante Ferretti. O local possuía 243 por 243 metros. Ironicamente, a direção de arte é a parte mais interessante deste filme do mestre Scorsese.



Matrix Reloaded (2003)



A autoestrada em uma das cenas mais memoráveis da sequência criada pelos irmãos Wachowskifoi totalmente desenvolvida de forma artificial. O cenário que reconstitui as pistas da autoestrada foi confeccionado na Estação Aérea desativada da base Naval de Alameda. A decisão foi tomada porque os criadores não acharam que a longa cena surtiria efeito caso criada apenas por computadores. O tempo de filmagem para a cena foi de três meses, mais do que o tempo de filmagens da maioria de filmes inteiros. A autoestrada foi criada por Owen Patterson e possuía 2.414 metros de comprimento.




O Hobbit (2012)



Após o sucesso da trilogia Senhor dos Anéis, o set da cidade dos Hobbit se tornou uma atração turística, mesmo que grande parte do cenário tenha sido desmontado. Os novos sets, no entanto, foram construídos para durar. Trinta e sete buracos de Hobbits, uma ponte e seus interiores foram construídos. O cenário foi criado por Dan Hennah e possui 48.562 metros quadrados.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Festival de animação de Annecy recebe inscrições de filmes e projetos




Estão abertas as inscrições para o 40º Festival Internacional de Cinema de Animação de Annecy, na França. O evento, o mais importante dedicado à animação no mundo, será realizado entre os dias 13 e 18 de junho, e recebe inscrições de longas e curtas-metragens, filmes comissionados (videoclipes, publicitários etc.) e filmes de estudantes. As inscrições vão até o dia 15 de fevereiro para todas as categorias, com exceção de longas-metragens, cujo prazo se prolonga até o dia 15 de março.
As inscrições para o festival são gratuitas e devem ser feitas inteiramente pela internet com o preenchimento de um formulário online, de acordo com a tipologia da obra. Durante o processo de inscrição, será necessário informar um link, protegido por senha, para a visualização do filme; e enviar sinopse, biografia do diretor e imagens da obra. Serão outorgados prêmios para todas as categorias pelo júri oficial do evento, além de prêmios concedidos pelo público para os melhores longa e curta-metragens. Clique aqui para acessar o regulamento.
Também estão abertas as inscrições de projetos para o Mifa, evento de mercado do festival, que será realizado entre os dias 15 e 17 de junho. Podem ser inscritos projetos de filmes de curta ou longa-metragem, projetos transmedia ou projetos de séries ou especiais para a TV. As inscrições vão até o dia 12 de fevereiro e garante aos projetos selecionados uma sessão de pitching entre 10 a 15 minutos. Para mais informações sobre o Mifa, acesse o regulamento.
O Festival Internacional de Cinema de Animação de Annecy é um dos eventos contemplados pelo Programa de Apoio à Participação de Filmes Brasileiros em Festivais Internacionais e de Projetos de Obras Audiovisuais Brasileiras em Laboratórios e Workshops Internacionais da ANCINE. Filmes oficialmente selecionados para as mostras competitivas poderão solicitar o apoio do Programa. Clique aqui e saiba mais sobre o Programa de Apoio da ANCINE.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Kickstarters de videogames angariaram uma grana excepcional em 2015



Por Jefferson Navarim para O vértice

De acordo com os números liberados pelo KickStarter, videogames arrecadaram um número excepcionalmente grande. Ao que tudo indica mais de 46 milhões de dólares foram direcionados a projetos de criação de jogos de videogame, quase o dobro de 2014.

No total mais de 480 mil pessoas doaram seus dinheiros para esses projetos. O que dá uma média de 96 dólares de contribuição por pessoa, o que é bem alto, bem mais alto do que eu podia esperar.

Aparentemente parte desse sucesso se dá graças a Campanha de Shemue 3 e Bloodstained, que é uma espécie de novo Castlevania do criador de Castlevania, ou seja, é o equivalente ao queMighty No 9 foi para Megaman. No caso de Shemue, um Kickstarter anunciado durante uma conferência da Sony (o que é bizarro, pois a Sony não se sentiu a vontade de bancar o projeto, mas indicou para que as pessoas bancassem), a arrecadação foi de 6.3 milhões, enquanto no caso de Bloodstained de 5.5 milhões. Os dois projetos juntos são o equivalente a 25% dos números anunciados.

Em 2015 foram exatamente 374 projetos financiados com sucesso nessa categoria e o mais interessante seria investigar quantos desses projetos serão realmente entregues de forma satisfatória em 2016 ou 2017 ou seja lá para quando eles foram prometidos.

O sucesso estrondoso de tantos Kickstarters relacionados a jogos é impressionante, especialmente com a quantidade de falhas e trambiques na área, que variam desde jogos cujos “produtores” simplesmente sumiram, a games mal acabados entregues de qualquer forma e mais recentemente a uma proposta de um jovem que se assume não ser um artista ou programador que estava pedindo muitos milhares de dólares para fazer um “jogo incrível de Star Wars”… sem a permissão da Disney, obviamente.

Talvez valha a pena prestar mais a atenção nesse número, os 374 projetos bem-sucedidos, do que nos valores para a medida de sucesso do Kickstarter, então vamos ficar de olho.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Games violentos incentivam o crime?



Por Bruno Silva para Omelete

Uma declaração do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reacendeu um dos debates mais antigos e acalorados entre as pessoas envolvidas com games: a suposta correlação entre jogos violentos, comportamento agressivo e o crime.

Segundo matéria publicada na BBC Brasil nesta sexta-feira (15), Cardozo afirmou que a apologia à violência em esportes e videogames aumenta a criminalidade no Brasil. "A violência é hoje cultivada e aplaudida, seja em esportes ou jogos de crianças pequenas", afirmou o ministro, ao apresentar um programa contra homicidos a ser anunciado pelo governo federal nas próximas semanas.

Cardozo fez um breve comentário sobre o conteúdo dos games violentos. "Outro dia, ouvi um especialista dizer que nunca viu um game em que o vencedor é quem salva vidas, pois o vencedor é sempre quem mata", afirma. Não é especificado, na fala do ministro nem na matéria, qual seria esse especialista ou sua área de estudo.

Embora o discurso do ministro esteja dentro de um contexto específico (um evento sobre segurança pública), a frase rapidamente causou reações negativas em um público que, certamente, ouviu a vida inteira que os jogos violentos estimulam um comportamento violento - basta ver os comentários da própria notícia publicada no Omelete. Mas, a pergunta que fica é: estaria o ministro certo ou errado em sua declaração? Procuramos psicólogos próximos aos games e estudos da área para falar sobre o assunto.

Eduardo Cillo, psicólogo que trabalha com a paiN Gaming, diz que Cardozo tem razão, com certas ressalvas. "Que há uma relação, há. Como ela se dá, é algo que precisamos investigar melhor. Se estivermos falando de modelos de comportamento, é impossível negar que isso aconteça", diz, lembrando alguns jogos violentos que foram proibidos no país, como Carmageddon.

Cillo puxa um exemplo da cultura americana, tradicionalmente associada à posse de armas; o país, inclusive, tem sofrido com um crescente número de tiroteios em massa nos últimos anos."Quando você vê eventos como massacres em escolas, que são associados à vingança por conta de bullying, é comum ver que os autores destes crimes jogam games de tiro em primeira pessoa", nota.

Na opinião do psicólogo Alberto Santos, que trabalha com outro time, a Keyd Stars, os games não podem ser vistos como fator determinante nessa tendência à criminalidade. “Na década de 1950, você tinha vários faroestes, por exemplo, que também tinham uma temática violenta. Não sei se a gente pode dizer que a geração que acompanhou esses filmes foi influenciada por essa violência”, ressalta.

Santos também usa o exemplo dos tiroteios em massa nos EUA para argumentar sobre a associação entre games violentos e criminalidade. "Esses casos dependem de vários fatores. Lá, existe um acesso mais fácil a armas - e também a jogos violentos. Os criminosos viam nos jogos violentos uma escapatória para todos os problemas que eles tinham. Se você olhar em retrospecto a vida desses jovens, a vida deles tinha vários problemas. Não era só o jogo que influenciava, e sim outros fatores", explica o psicólogo da Keyd.
Estudos

A correlação entre agressividade, games violentos e atividade criminal tem sido objeto de estudos há quase 20 anos, quando a área ganhou notoriedade após o massacre na escola Columbine, em 1999, nos Estados Unidos. As investigações sobre o crime revelaram que os autores do massacre,Eric Harris e Dylan Klebold, haviam criado fases de Doom, o que levou diversos especialistas a culpar o game pela tragédia que deixou 13 mortos e 24 feridos.

Em agosto de 2015, a Associação Americana de Psicologia publicou um relatório afirmando quejogos violentos estão, sim, relacionados ao aumento de um comportamento agressivo. O relatório revisou cerca de 170 estudos sobre o tema publicados entre 2005 e 2013.

Embora exista uma quantidade significativa de estudos que corroborem a correlação entre games violentos e agressividade, isto nem sempre é uma unanimidade. Em 2013, um estudo publicado pelo psicólogo Christopher Ferguson, da universidade Stetson, e pela pesquisadora independente Cheryl Olson descarta que títulos como Mortal Kombat, Grand Theft Auto ou Halocontribuam para um comportamento violento dos jovens.

Outra pesquisa publicada por pesquisadores da universidade de Oxford diz que games comoTetris ou Candy Crush podem incitar o mesmo tipo de comportamento agressivo normalmente esperado de um game violento. De acordo com este estudo, a agressividade vem da frustração de não conseguir completar um objetivo no jogo.

E embora existam vários estudos que denotem uma relação entre agressividade e games violentos, nenhum deles diz com exatidão que os jogos violentos levam as pessoas a cometer algum crime. O mesmo relatório da Associação Americana de Psicologia publicado no ano passado diz que não há nenhuma prova que associe os games violentos à atividade criminal.

Há, inclusive, estudos que negam veementemente que jogos violentos ajudam a formar criminosos. Uma das pesquisas mais conhecidas neste tema foi publicada em 2007, pela sociólogaKaren Sternheimer, da University of Southern California, nos Estados Unidos. Sternheimer começou a estudar o assunto logo após o massacre de Columbine em 1999 e chegou à conclusão de que culpar os games pelos crimes deixa de considerar outros fatores importantes, como casos de violência na família, alienação parental, entre outros.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Oscar 2016: brasileiro “O menino e o mundo” entra na disputa de melhor animação.



Por Pedro Tritto para Cineclick

Conhecemos finalmente os indicados ao Oscar 2016. Entre as melhores animações do ano, está a brasileira O Menino E O Mundo, dirigida por Alê Abreu. O longa concorre com Divertida Mente, Anomalisa, Shaun: O Carneiro e As Memórias De Marnie, o que mostra que a concorrência é bastante dura.

Desde sua estreia, que ocorreu em janeiro de 2014, a produção coleciona 44 prêmios, incluindo o de melhor animação (pelo júri e pelo público) no Festival Annecy, na França, considerado o maior prêmio da categoria. Após sua exibição no evento, o filme foi aplaudido de pé.

Na trama, um garoto mora com os pais em uma pequena casa no campo. Diante da falta de trabalho, o pai parte para a cidade grande. Triste e desorientado, o menino faz as malas e parte para descobrir o novo mundo em que seu pai mora. A partir desse ponto, o protagonista descobre uma sociedade marcada pela pobreza, exploração de trabalhadores e falta de perspectiva.

Por causa da forte concorrência, a produção brasileira corre por fora para ficar com a estatueta. No entanto, só pelo fato de estar no mesmo grupo de filmes importantes, como Divertida Mente e Anomalisa, já mostrou o seu valor.

Os vencedores do Oscar 2016 serão anunciados no dia 28 de fevereiro. Quem comanda a maior festa do cinema esse ano é o ator Chris Rock.

Assista ao trailer de O Menino e O Mundo:

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

O que esperar do cinema brasileiro em 2016




Por Rodrigo Fonseca para Omelete

A julgar pelo montante de quase 1,8 milhão de pagantes acumulado por Até Que a Sorte nos Separe 3 em cerca de 15 dias e pelo prognóstico de salas abarrotadas em torno de Vai Que Dá Certo 2, lançado na quinta, tudo indica que 2016 será, uma vez mais, um ano coroado pelas comédias para o cinema brasileiro. Porém, o cardápio do ano é amplo e variado, no circuitão comercial e na seara dos filmes de arte, e com a abertura do Mar Vermelho vindo aí, no dia 28 de janeiro, com a versão para as telonas da novela Os Dez Mandamentos, tudo pode desequilibrar as certezas em torno da produção nacional daqui até dezembro. E a diversidade impera, para embaralhar lugares comuns da nossa indústria, com direito até a vermos Ingrid Guimarães, a rainha do riso, fazendo drama em Tudo Bem Quando Acaba Bem, do aclamado José Eduardo Belmonte (de O Gorila), ao lado de Fábio Assunção, em cartaz até julho.

“O potencial campeão de bilheteria nacional do ano está indefinido, sobretudo neste momento em que Os Dez Mandamentos já totalizou 400 mil ingressos em pré-vendas, antes da estreia”, reflete o analista de mercado Paulo Sérgio Almeida, diretor do informe Filme B, responsável por apurar e estudar dados ligados à saúde financeira do cinema no Brasil. “Essa versão da novela bíblica pode explodir e talvez chegar a 3 milhões, mas essa explosão pode ter também fôlego curto fora da faixa do público religioso. Até o momento ainda são as comédias que mais se impõem defendendo a força do cinema brasileiro num ano de forte concorrência de potenciais sucessos estrangeiros voltados para o público adolescente, como o novo Capitão América e Batman Vs. Superman”.

Se a força ainda está na gargalhada, novos golias da comicidade vão entrar no ringue como protagonistas neste ano em que vem aí Contrato Vitalício, o primeiro longa-metragem do coletivo Porta dos Fundos, com Gregório Duvivier e Fábio Porchat, que estreia em julho. Atores de grande popularidade na TV, que estavam na condição de coadjuvantes no cinema, agora vão para o posto de protagonista, como é o caso de Rodrigo Sant’anna, que, no dia 4 de fevereiro, vai colocar seu carisma à prova à frente de Um Suburbano Sortudo. Ele vive Edmilson, camelô que se descobre herdeiro de um império. Em maio, será a vez de Samantha Schmutz testar seu cacife popular em Tô Ryca!, onde terá que gastar uma fortuna em prazo recorde para ganhar uma bolada ainda maior. Por fim, em outubro, Tatá Werneck, que já mostrara a potência de seu rebolado em Loucas para Casar (2015), será a estrela titular de TOC.

Mas o que não vai faltar é matéria de risada para o cinema brasileiro. Dira Paes tira sarro da corrupção em Mulheres no Poder, de Gustavo Acioli, que estreia em março. Em abril, Ingrid Guimarães, mesmo fazendo sério no filme de Belmonte, faz comédia, com toques de romance, com todo o seu cabedal de graça em Um Namorado para Minha Mulher, da campeã de bilheteria Julia Rezende (da franquia Meu Passado me Condena). Em maio, Maria Paula, parceira de Ingrid em dois De Pernas Pro Ar, faz um voo solo em Doidas e Santas, de Paulo Thiago, com base na grife Martha Medeiros de pensar a condição feminina. Para setembro, a diretora estreante Claudia Jouvin dá um toque de sci-fi ao filão humorístico com Um Homem Só, pelo qual Mariana Ximenes foi eleita melhor atriz no último Festival de Gramado. Em novembro, Marcelo Adnet e Eduardo Sterblitch se unem de novo para Penetras 2. E em dezembro o todo-poderoso de audiência Paulo Gustavo reaparece de vestidinho em Minha Mãe é Uma Peça 2. Podem ser surpresas nesse campo da gargalhada O Último Virgem, de Rilson Baco e Felipe Bretas, apontado para fevereiro, e O Shaolin do Sertão, produção cearense de Halder Gomes, que dirigiu o fenômeno popular Cine Holliúdy em 2013. E ainda sem data, mas já em gestação, A Vida Sexual da Mulher Feia, com Otávio Muller de astro e Vicente Amorim de diretor, pode repetir no circuito as cifras astronômicas que angariou no teatro. Neste novo trabalho, sobre um fã de artes marciais no Ceará da década de 1980, tem até participação do trapalhão Dedé Santana. A estreia está prevista para novembro. No mês 11 também chegaMalasartes e o Duelo com a Morte, de Paulo Morelli, com timbres de fantasia e uma pegada capaz de agradar crianças.

Mas nem só de rir vive o Brasil nas telas. Daqui a duas semanas, Cauã Reymond singra as telas numa motoca envenenada em Reza a Lenda, thriller de Homero Olivetto sobre a luta de uma gangue de rebeldes sobre duas rodas contra um latifundiário do mal. Também espera-se muita tensão de Em Nome da Lei, de Sérgio Rezende, com Mateus Solano como um juiz no combate aos corruptos. E já está em gestação, com produção da RT Features (de Frances Ha), Alemão 2, na esteira dos 975 mil pagantes de que o primeiro filme, de 2014, desfrutou. O Vale Tudo entra em cena com Mais Forte que o Mundo, de Affonso Poyart, trazendo José Loreto na pele do lutador José Aldo. Para além de ação, haverá thrillers psicológicos nas raias da psicose como Mate-me Por Favor, que rendeu o prêmio de melhor direção para Anita Rocha da Silveira no Festival do Rio, produções de horror como Aurora, do já citado Belmonte, e 13 Histórias Estranhas, de um coletivo de diretores. E há lugar até para um musical, Amor em Sampa, dirigido pelo ator Carlos Alberto Riccelli e seu filho, Kim, marcado para ser lançado em fevereiro. Há música também em março com Se a Vida Começasse Agora, com Caio Castro, e em maio, com Elis, estrelado por Andréia Horta e Marisa Orth.

Música, dança e sensualidade se misturam no novo filme de um dos mais respeitados diretores do continente: Cacá Diegues. Com base na obra do poeta Jorge de Lima, ele faz de O Grande Circo Místico uma viagem sensorial pelo Tempo. O filme é tratado desde já, aqui dentro e no exterior, como um potencial braço brasileiro no 69º Festival de Cannes, em função do prestígio do diretor na França.

“Dos veteranos, Cacá é um dos diretores com maior compromisso com o espectador e tem um histórico de sucessos para comprovar isso. E este novo filme tem muita elegância”, diz Paulo Sérgio Almeida.

Ainda no terreno autoral de maior comunicabilidade popular, um mestre, Hector Babenco, volta às telas em março com o autobiográfico Meu Amigo Hindu, cujo papel central é do americano Willem Dafoe, de Platoon. No mesmo mês, o curitibano Marcos Jorge, de Estômago (2007), explora a vingança em Mundo Cão, tendo Adriana Esteves e Lázaro Ramos no elenco. Em maio conheceremos a versão de Toni Venturi para o conto A Igreja do Diabo, de Machado de Assis, batizado de A Comédia Divina e estrelado por Mônica Iozzi. Até maio, Neville D’Almeida exibe A Frente Fria Que a Chuva Traz, um favela movie existencial. Ruy Guerra volta ao telão até o segundo semestre com Quase Memória, pelo qual ganhou o Prêmio Especial do Júri no Festival do Rio. Eleito melhor filme no Festival de Brasília, em setembro, Big Jato, de Cláudio Assis, estreia até julho. E há três filmes ainda sem data de diretores já respeitados: Redemoinho, de José Luiz Villamarim; O Filme da Minha Vida, de Selton Mello; e Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, apontado pela revista Cahiers do Cinema como um dos títulos da América Latina mais esperados de 2016.

No dito circuitinho de arte, onde o diminutivo não se aplica ao apetite por novas narrativas, a primeira grande estreia nacional de 2016, já no dia 14 de janeiro, é Boi Neon, painel das novas identidades sexuais no Nordeste, a partir da rotina de um peão das vaquejadas com aspirações a estilista. Dirigida pelo pernambucano Gabriel Mascaro, a produção ganhou o Prêmio do Júri na mostra Horizontes do Festival de Veneza e foi eleito melhor filme no Festival do Rio. Também de Pernambuco, Animal Político, de Tião, faz sua estreia agora em janeiro na Mostra de Tiradentes (22 a 30/01) e depois segue para o Festival de Roterã, na Holanda. Cannes pode abrir vaga para o diretor Marco Dutra e seu Era El Cielo, com o argentino Leonardo Sbaraglia. Estima-se que também possa ir para lá Animal Cordial, de Gabriela Amaral Almeida, estrelado por Murilo Benício (Este também arrisca-se na praia dos autores ao dirigir O Beijo no Asfalto), e Vazante, primeira direção solo de Daniela Thomas, parceira de Walter Salles em Terra Estrangeira (1995), O Primeiro Dia (1999) e Linha de Passe (2008). Ao longo do ano, há documentários muito esperados como Filme de Cinema e O Desmaio da Planície, ambos de Walter Carvalho, Futuro Junho, de Maria Augusta Ramos, o (desde já) polêmico Jardim das Aflições, de Josias Teófilo (sobre Olavo de Carvalho) e Curumim, de Marcos Prado, sobre o brasileiro executado na Indonésia.

O Brasil está em campo, ou melhor, nas telas. Resta saber como o público vai reagir a ele.