quinta-feira, 5 de maio de 2011

Técnicas de reportagem

"O extraordinário progresso experimentado pelas técnicas de comunicação de 1970 para cá, representa para a humanidade uma conquista e um desafio. Conquista, na medida em que propicia possibilidades de difusão de conhecimentos e de informações numa escala antes inimaginável. Desafio, na medida em que o avanço tecnológico impõe uma séria revisão e reestruturação dos pressupostos teóricos de tudo que se entende por comunicação."

O livro Técnica de reportagem: notas sobre a narrativa jornalística de Muniz Sodré e Maria Helena Ferrari expõe regras básicas de reportagem. O enfoque é, sobretudo, descritivo, utilizando textos extraídos de jornais e revistas de nosso país. E está disponível para empréstimos e consultas na Biblioteca ESPM Rio.

O vídeo abaixo apresenta de forma divertida um formato padrão de reportagem televisiva. Não que essa seja a receita de bolo para uma boa reportagem, trata-se apenas de uma sátira bem humorada sobre o assunto.



Navegando pelos blogs da rede, encontrei o do jornalista Luka Ribeiro onde ele esclarece algumas dúvidas sobre técnicas utilizadas em reportagens:

Repórter
É quem faz a matéria junto com uma equipe de externa (repórter cinematográfico e auxiliar) Não existe telejornal sem a equipe. A função do repórter é produzir a matéria. Deve preocupar-se com texto e imagem, deve casar as entrevistas com as informações disponíveis no texto, deve também preocupar-se com postura, voz e aparência, deve dividir todas as informações com a equipe para que todos saibam o objetivo da matéria.

Matéria: O mesmo que reportagem. É o que é publicado no veículo de comunicação.

Matéria bruta: fita não editada.

Retranca: Identificação da matéria. É o nome que a reportagem tem. É usado apenas internamente e destaca apenas duas palavras do VT (Ex: INFLAÇÃO/COMÉRCIO).

Cabeça da matéria ou cabeça do vt: É o lide da matéria. Quem lê é sempre o apresentador que introduz o assunto da matéria feita pelo repórter.

Stand-up: Quando o repórter faz uma gravação no local do acontecimento para transmitir informações do fato. É usado quando a notícia que o repórter tem que dar é tão importante que, mesmo sem imagem, vale a pena.

O relatório de reportagem deve ter:

Cabeça: Sempre rascunhe uma cabeça para a matéria. A primeira frase quase sempre é uma manchete, uma frase afirmativa. A segunda explica a afirmação e introduz o assunto.

Off: Texto feito pelo repórter com base nas imagens oferecidas pela equipe de reportagem.

Passagem: É o momento que o repórter aparece na matéria. É ela que dá credibilidade ao que está sendo veiculado. A passagem pode ser usada para descrever algo que não temos imagem, destacar uma informação dentre outras, unirem duas situações, destacar um entrevistado ou criar uma passagem participativa.

Atenção!
Coloque o microfone a um palmo da boca. O repórter pode gesticular com mãos na passagem, mas entre um gesto e outro deve intercalar com posições neutras.

Sonoras: São as entrevistas gravadas e para fazê-las é preciso, antes de tudo, tirar todas as dúvidas com o entrevistado. Fique alerta, pois neste momento o repórter cinematográfico irá gravar as imagens da entrevista e logo após o contra-plano (imagem do repórter fazendo perguntas para o entrevistado).
Grave na fita o nome do entrevistado e o cargo que ocupa. O repórter de televisão deve, sempre que possível, obter do entrevistado respostas curtas. Nos telejornais uma sonora com mais de trinta segundos é considerada longa.

Passagem: Gravação feita pelo repórter no local do acontecimento, com informações a serem usadas no meio da matéria. É o momento em que o repórter aparece na matéria para destacar um aspecto da matéria.

Som ambiente: Diversos sons colhidos no momento da gravação da matéria. São buzinas, chuva, execução de sentença, torcedores gritando o nome do time, informações de áudio que vão ajudar no fechamento da matéria.

Teaser: Depois de concluída a gravação da matéria faça o teaser. Este formato de notícia é uma manchete gravada pelo próprio repórter que será inserida na escalada.