quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A publicidade pós-internet

*Por Wilson Roberto para Casa do Galo

Já não é mais novidade que o ofício de publicitário sofreu uma plástica total frente às mudanças aceleradas na comunicação. O glamour deixou de ser “inspiração”, restando apenas a “transpiração” de longas jornadas de trabalho. A principal mudança, como se sabe, foi gerada pela disseminação da internet. A estrutura das agências, também, já não é mais a mesma. As novas mídias incluem Links Patrocinados, Search Engine Optimization (SEO), Social Media, Trafficking, Mobile, dentre outras.

Para Walter Longo, mentor de estratégia e inovação do Grupo Newcomm, mais conhecido como o “consultor do Roberto Justus” no programa Aprendiz, exibido pela Rede Record, as agências terão que passar por essa reestruturação como a única forma de ganhar longevidade no mercado – terão que dominar diversas novas áreas para atender os clientes com eficiência.

No quesito “capital humano”, a necessidade de atrair talentos inovadores e mantê-los passou a ser questão de sobrevivência. Aquele plantel de bons empregados, que faziam tudo certinho, mas sempre mais do mesmo, já criam ônus para um melhor desempenho das agências. Há algum tempo atrás li, em algum semanal que não me recordo o nome, que é possível encontrar até três gerações de expectativas muito diversas dentro de uma mesma empresa – o que se aplica também para algumas muitas agências. E essas gerações foram exemplificadas:

* Os cansados: é a geração mais madura, com mais de 45 anos. Estão saturados da frenética evolução tecnológica, da globalização e da competição encarniçada.

* Os estressados: é a geração intermediária, com trintões e quarentões, que fazem cursos e procuram se reciclar. Apesar de tudo, sentem-se inseguros, sobrecarregados e infelizes. Sua rotina é quase toda ocupada com atividades operacionais.

* Os jogadores: é potencialmente a geração mais criativa, passaram da adolescência para a idade adulta já com a internet. São capazes de realizar simultaneamente diversas tarefas. Trabalho para eles tem muito mais a ver com game – querem logo passar para o próximo nível de dificuldade do jogo.

Essa turma está sendo abordada freqüentemente nas palestras e seminários sobre “Era Digital”, “Web 2.0”, “Redes Sociais” e tantas outras. Assim como os adolescentes, ouvem música, navegam na internet e falam ao telefone ao mesmo tempo em que estão “twittando” para uma centena de seguidores.

E tanto as agências, como principalmente, a grande maioria das empresas, de maneira geral, frustram e espantam esses potenciais talentos porque não conseguem montar um ambiente de realização e estímulo permanente no trabalho. Esses “jogadores” esperam missões, desafios e recompensas. Não espere mantê-los na agência só pela promessa de um plano de carreira, como as antigas gerações. Os mais criativos são os mais difíceis de reter, porque eles costumam criar suas regras. São eles que dão “game over” para a agência e partem para outros desafios.

Portanto, a minha dica para aqueles que acabaram de entrar na faculdade, ou até mesmo para os recém-formados, é não esperar a salvação através dos programas de estágios, pois os departamentos de RH, principalmente, não estão prontos para lidarem com essa nova realidade profissional. O importante é criar um ‘networking’ consistente para você poder se “jogar” no mercado, e eles podem ser os amigos de faculdade que estão no seu MSN, ou mesmo, através dos Twitters da rede.

Fonte: Casa do Galo