sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Será que o futuro do livro é multimídia?

Cícero não abre mão do papel. Já Alessandro é um entusiasta dos e-books. Enquanto Carlos Alberto adora ler no PlayStation Portátil (PSP). E Nelson prefere seu Palm TX. Silvia, por sua vez, apaixonou-se pelo Kindle. E Laurentino gosta de “ouvir” um bom livro em seu iPod.

Todos têm em comum o amor pela literatura, mas cada um a consome por meio de uma tecnologia diferente. A mais antiga delas, o livro de papel, não dá sinais de esgotamento, como aconteceu com o CD. Mas, aos poucos, novas formas de ler e fazer literatura começam a ganhar força.

Apontada como incômoda por muitas pessoas, a leitura de livros em equipamentos eletrônicos não pensados para esse fim já é uma realidade. As pessoas lêem e-books no laptop, no Palm, no PSP e até no celular (o iPhone, por exemplo, possui um aplicativo para esse fim). Isso sem contar os audiobooks e os dispositivos específicos, os “e-books readers”, como o Kindle, da Amazon, e o Sony Reader.

“As pessoas se adaptam à mudança com uma velocidade muito grande. Enquanto o meio demora a percebê-la”, pondera José Alcides Ribeiro, professor do curso de Letras da Universidade de São Paulo (USP) e doutor em comunicação e semiótica. É uma revolução silenciosa. Mas que promete transformar o modelo de negócios das editoras. Aqui no Brasil elas parecem pouco se preocupar com essa nova realidade e afirmam que estão bem das pernas.

“A indústria do livro não pode repetir o erro da indústria fonográfica”, afirma o jornalista e escritor Laurentino Gomes, autor do best-seller 1808, que narra de forma jornalística a chegada da família real portuguesa ao Rio de Janeiro, há 200 anos.

Mas, afinal, qual o erro a que Laurentino se refere? Em poucas palavras: subestimar a internet e as novas tecnologias. Nos últimos anos o mercado de música vem sendo obrigado a reinventar o seu modelo de negócio para sobreviver na era da música digital.

Para o diretor-geral da editora Ediouro, Luis Fernando Pedroso, ainda não é a hora de investir em e-books no País. E quando será o momento? “Esperamos estar atentos para identificá-lo”, diz. “Não acredito na leitura de livros tradicionais pelo computador ou celular”, afirma Pedroso, que prepara para a Bienal o lançamento de um novo selo de audiobooks.

Já o diretor-geral da editora Objetiva, Roberto Feith, afirma que “a venda de livros via download é uma possibilidade interessante, que no futuro não muito distante vai conquistar uma fatia do mercado”.

Enquanto, as editoras brasileiras estudam o melhor momento para entrar nesse filão, as gravadoras ainda hoje pagam o preço pela demora em abraçar o digital. Laurentino acredita que as editoras de livros estão de certa forma cometendo o mesmo erro. “Não é mais possível nos comunicarmos por uma única mídia, precisamos ser multimídia”, diz.

E como as editoras podem ser multimídias? Inúmeras são as possibilidades: de audiobooks e marketing na web a e-books e sites que complementam a experiência do leitor do livro de papel.

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Fonte: Bruno Galo Portfólio