terça-feira, 14 de maio de 2013

Como avaliar a qualidade de uma interface?

por Luis Rocha para Revista Wide

Neste bate-papo, Felipe Memória, diretor de design da agência e autor do livro “Design para a Internet: Projetando a Experiência Perfeita”, ressalta algumas questões úteis na avaliação de interfaces e os erros mais comuns cometidos no processo de criação.

Wd :: Quais são os principais parâmetros utilizados para se avaliar a qualidade de uma interface?

Memória :: Gosto quando a interface tem um ponto de vista marcante. Quando ela entrega de cara o seu objetivo, aquilo que se propõe a fazer, mesmo que o usuário esteja olhando-a de longe. Existe uma infinidade de parâmetros possíveis, dependendo dos objetivos do projeto.

Quanto aos mais gerais, prováveis de funcionar para a maioria das telas, eu diria que, além do destaque absoluto para o conteúdo que interessa, viriam simplicidade e clareza na oferta de opções. Ela precisa ser facilmente escaneável pelo olhar. Estes são meus critérios prediletos para uma interface objetiva e com grandes chances de funcionar na prática.

Wd :: Pela sua experiência, quais seriam os erros mais comuns cometidos na concepção de projetos digitais e interativos, que evidenciam o uso gratuito de elementos e soluções em uma interface?

Memória :: No Brasil, pelo que vejo, o abuso no uso do Flash. Infelizmente, porque se fosse aqui nos EUA, eu não faria o mesmo comentário. Parece que o pessoal parou no tempo.

O Flash não é apropriado para a grande maioria dos projetos que vejo por aí. Hoje em dia, serve para poucas coisas, entre elas vídeo. É ótimo para vídeo. Tirando isso, dá para contar nos dedos as oportunidades em que o Flash é realmente adequado. Não é a toa que o iPhone e o iPad não dão suporte ao Flash.

As únicas pessoas que realmente curtem a lentidão, as piruetas e os efeitos desnecessários são os designers “criativos” e clientes mal orientados.