segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Como funcionam os Reality Shows?



Os reality shows de TV têm suas origens remotas nos programas de jogos no rádio e nos programas de calouros, e passaram pelos programas que usam câmeras ocultas e por séries televisivas em estilo documentário. O gênero agora abarca dramas sem roteiro, sagas de reforma total de uma pessoa ou casa, ataques a celebridades, programas que promovem mudanças de estilo de vida, busca de namorados e namoradas e toda espécie de competição que você consiga imaginar (além de algumas inimagináveis).

Por definição, reality shows são, em essência, programas sem roteiro que não empregam atores e se concentram em imagens de eventos ou situações reais. Esse tipo de programa freqüentemente emprega um apresentador para contar a história ou preparar o cenário para os dramas que acontecerão. Ao contrário de programas roteirizados como séries, novelas e jornais, os reality shows não dependem de roteiristas e atores, e boa parte do processo é comandada pelos produtores e uma equipe de editores. Por conta disso, o formato pode ser bastante barato do ponto de vista da produção.

O aspecto que define os reality shows é, provavelmente, a maneira pela qual são gravados. Quer eles aconteçam em locações reais com pessoais reais (como um documentário), sejam gravados em estúdio com audiência que participa do programa ou utilizem câmeras ocultas, os reality shows dependem de que as câmeras capturem tudo tal como acontece.

Até que ponto se pode considerar um reality show como real? Embora isso certamente varie de programa para programa, considerem o seguinte: todos os conceitos foram criados por alguém (em geral o produtor), as pessoas que participam são selecionadas ou contratadas de alguma maneira e, embora as imagens possam ser reais, são em geral sujeitas a extremos de edição.

Os reality shows normalmente não têm roteiros, mas muitas vezes há um roteiro técnico ou um delineamento que detalha aspectos de um episódio ou parte do programa. Por exemplo, em programas como "The Real World" ou "Big Brother", que se passam em áreas confinadas, o roteiro técnico indica que salas ou câmeras operarão. Em programas como "Survivor" ou "The Amazing Race", o roteiro pode definir um desafio específico. O roteiro técnico também pode promover conflito entre alguns dos participantes (ao colocar pessoas específicas como colegas de quarto ou parceiros, a exemplo do que já aconteceu em "The Real World" e "Beauty and the Geek"). Em casos extremos, um roteiro técnico pode incluir um storyboard - uma representação visual do conceito que ilustra fisicamente aquilo que acontece em uma cena.

Em última análise, produtores e editores de reality shows têm enorme controle sobre o que acontece nos programas, nem que seja pelo fato de que foram eles que selecionaram aquelas pessoas, e são eles que selecionam que imagens vão ao ar. Também podem usar um recurso conhecido como frankenbiting (edição Frankenstein) para montar uma conversa, usando trechos de diálogo editados para criar um diálogo ou situação que não ocorreram de fato. O uso de técnicas como o frankenbiting - e de um editor esperto - pode criar alianças, paixões, brigas e relacionamentos. Imagens registradas a dias de distância podem ser mostradas como se constituíssem uma única cena ou situação.

Outra coisa que separa os reality shows dos programas roteirizados é o uso de atores. Os reality shows são teoricamente povoados por pessoas comuns - um sujeito qualquer, um nerd, a menina da casa ao lado - e não por atores. Mas depois das temporadas iniciais de "The Real World", "Survivor", "The Bachelor" e "American Idol", se tornou rapidamente evidente que muitos dos candidatos a esses programas eram atores desempregados ou aspirantes a atores ansiosos por algum tempo diante das câmeras. No entanto, desde que o resultado seja divertido, ninguém parece estar se queixando - as pessoas continuam querendo mais.

Fonte: Como tudo funciona