segunda-feira, 23 de julho de 2012

Cultura Digital e o Ministério da Cultura



A virada do século XX para o XXI representa uma nova era da história da humanidade: a revolução digital. As ferramentas da internet, como blogs e redes sociais, e as novas tecnologias de telefonia celular mudam não apenas os meios de comunicação, mas a própria cultura global, interligada e hipermoderna.

O conceito de cultura digital ainda está em construção e parte da ideia de que a revolução das tecnologias digitais é cultural e capaz de mudar comportamentos. A internet está democratizando o acesso à informação e aumentando a produção cultural, criando inclusive novas formas de arte.

A cultura digital foi acelerada pelo Ministério da Cultura a partir dos Pontos de Cultura, a partir de 2003. O desenvolvimento de softwares livres (programas de computador com código aberto, disponível para modificação de qualquer desenvolvedor) se tornou prioridade. Foram criados os Pontões de Cultura Digital – reconhecimento de grupos e espaços de cultura que trabalhavam na inclusão e na capacitação de comunidades para o mundo digital.

Em 2009, foi criada a rede culturadigital.br, formada por mais de 800 integrantes que trocam informações, cada um com seu perfil, blog e rede social, o que deu origem aos Fóruns da Cultura Digital Brasileira, com duas edições (em 2009 e 2010), evoluído para Festival CulturaDigital.Br a partir de 2011. Nesses encontros anuais, a rede troca experiências e impressões presenciais sobre políticas públicas para a cultura digital.

Outro debate importante ocorreu no Seminário Internacional de Políticas Públicas para Acervos Digitais, em 2010. As mesas, palestras e os Grupos de Trabalho discutiram durante dias especificamente a questão das bibliotecas digitais e a necessidade de acesso livre e universal a todo o conhecimento do mundo. Hoje em dia, a partir do acervo da Cinemateca Brasileira e da Biblioteca Brasiliana Guta e José Mindlin-USP (e de muitas outras em construção no Brasil), é possível acessar, por exemplo, toda a vasta obra do poeta Vinícius de Moraes.

De acordo com o coordenador de cultura digital do MinC, José Murilo Jr., “a revolução da abertura (openness), no que se refere ao acesso aos conteúdos digitalizados na rede, trouxe um novo fôlego para processos culturais valiosos e proporciona as ferramentas básicas para este novo estágio da civilização — a cultura p2p”.

Ele se refere às redes de troca entre usuários, conhecidas por peer-to-peer (ponto a ponto). Qualquer usuário na internet hoje pode trocar arquivos por essas redes, o que traz questões muito novas à contemporaneidade, como a pirataria.

Para além das políticas públicas, é possível citar diversas iniciativas da sociedade civil e de governos estaduais que privilegiam a cultura digital, como o Museu da Língua Portuguesa, o Museu do Futebol e o acervo permanente do Itaú Cultural (todos em São Paulo). Nesses casos, o visitante pode lidar com obras digitais e interagir com elas, tendo outra perspectiva sobre o conteúdo apresentado. O mesmo acontece em comunidades virtuais-reais, como a Casa da Cultura Digital, a Fábrica do Futuro e diversas outras iniciativas nacionais que já extrapolam a barreira dos Estados e colocam a cultura digital como mediadora de compartilhamento e de novas experiências de vida.

Fonte: Ministério da Cultura