quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Elementos fundamentais para a criação de personagem


Para uma boa animação é preciso que existam bons personagens, abaixo, retiramos algumas informações relevantes do site do Sandro Massarani que auxiliam na hora da criação dos personagens. Divirtam-se!

Um personagem bem construído é fundamental para o funcionamento de uma história e de sua narrativa. Um escritor deve, através do roteiro, saber criar personagens marcantes que consigam provocar na audiência as emoções desejadas, sejam elas de atração ou de repulsa, amor ou ódio, preocupação ou indiferença.

Talvez o passo mais importante para a criação de um personagem seja o de saber qual é a sua NECESSIDADE DRAMÁTICA. O que esse personagem quer na história? Todo personagem precisa de um objetivo, caso contrário será apenas uma carcaça vazia. Esse objetivo dramático não deve ser construído apenas para os personagens principais, mas também para os personagens coadjuvantes.

Além disso, a motivação do personagem precisa ser convincente. O roteiro precisa deixar bem claro a importância do objetivo para o personagem. É uma falha grave fazermos o personagem atravessar toda uma história sem que haja uma forte necessidade por trás de suas ações. A regra tradicional é a de que o personagem precisa agir, correr atrás do seu desejo, e não ficar estático observando o que acontece ao seu redor. Tudo deve ser obtido com sacrifício, para ter maior valor. Geralmente, o personagem enfrenta no fim o seu maior medo, o obstáculo supremo.

É fundamental que o personagem tenha escolhas difíceis ao longo da obra, caso contrário ele não terá força dramática. São nas horas mais difíceis que conhecemos melhor cada pessoa, e assim também deve ser em uma narrativa.

As escolhas feitas pelo personagem não são ações vazias. Elas devem também provocar mudanças em sua personalidade ao longo da história. A narrativa é mais eficiente quando o personagem que começou a história seja transformado pelas suas ações. Chamamos as mudanças ocorridas com o personagem ao longo de uma história de Arco do Personagem.

Tudo que é válido no processo de criação dos personagens principais, também deve ser utilizado para a criação do antagonista, o comumente chamado de "vilão". Muitas vezes, o antagonista acaba se tornando o personagem mais importante da história, e já é célebre o ditado de que o herói é tão bom quanto o seu vilão.

Assim como o personagem principal, o antagonista também deve ter uma motivação convincente e deve ser extremamente difícil de ser derrotado. Um dos principais problemas do herói Superman é a falta de bons antagonistas, pois a excessiva força do personagem acaba dificultando processo de criação dos seus inimigos, até para escritores experientes.

O objetivo principal na construção de um personagem deve ser o estabelecimento de fortes laços entre ele e o público da obra. Se o personagem for um "herói", o público deve torcer para ele. Se construirmos um vilão eficiente, o público deve odiá-lo, ou como ocorre muitas vezes, também amá-lo.

O que queremos que a audiência sinta ao ver o personagem é empatia, e não simpatia. Você pode achar algum personagem simpático mas não se importar e nem torcer por ele. A empatia é muito mais forte.

Existem várias formas de fazermos com que o leitor/espectador sinta empatia por um personagem. Podemos fazer com que ele sinta medo e dúvidas, ou seja, humanizá-lo. Podemos tornar o seu objetivo algo praticamente impossível, constituindo uma causa nobre utópica. Pode-se fazer com que o personagem sofra com a vida, mas nunca entregue os pontos.

Saiba mais no site do Sandro Massarani