sexta-feira, 13 de novembro de 2015

As empresas e a tentação de construir rapidamente uma falsa imagem ecológica.





Por Dario Menezes para Performance Sustentável


Casos recentes como da Volkswagen, tem contribuído para o amadurecimento do posicionamento das empresas sobre os desafios de ser uma empresa responsável. Como costumo dizer nas aulas e palestras não existe caminho fácil. Não existem atalhos para essa jornada. As pressões das empresas por resultados de curto prazo não podem se transformar em desculpas para uma comunicação indevida. Atalhos podem levar a emboscadas como a que estamos vendo.

De que adianta uma empresa investir rios de dinheiro para demonstrar-se como responsável com a produção de carros dotados da última tecnologia ambiental e depois percebermos que era tudo greenwashing? De que adiantou tudo isso senão funcionar como um bumerangue que fez a empresa perder uma parcela considerável da sua reputação medida em questões de dias em um decréscimo de 25 bilhões de euros no seu valor de mercado? De que adianta se posicionar como Think Blue e ter que fazer recall de 11 milhões de carros e pagar as pesadas multas da agência de proteção ambiental americana? Que nível de confiança ainda restará entre a empresa e os seus consumidores daqui para a frente? Para quem não tinha entendido ainda o valor da reputação, pergunte a Volkswagen.

Ser uma empresa global, referência em sustentabilidade no DJSI se mostrou vulnerável demais. Como costumam dizer, o papel aceita tudo. Precisamos de mais controles sobre as empresas e de mais transparência sobre como todas as coisas são feitas, seja um alimento e seu impacto sobre a saúde, uma roupa e a legitimidade da sua cadeia de valor, um brinquedo e a sua associação com petróleo ou até mesmo um carro possante.