segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Marketing e Neurociência Aplicada: a fusão quase perfeita!

Por Erica Ariano para Ideia de marketing.


Marketing sensorial pode ser definido como o marketing que direciona a comunicação para os cinco sentidos do consumidor (tato, visão, olfato, paladar e audição), com o objetivo de afetar suas percepções sobre produtos e serviços influenciando assim as decisões e experiências de compra.
Hoje, mais do que nunca, as marcas precisam carregar um significado sensorial. É consenso a necessidade do estímulo para criar um vínculo emocional com o consumidor. O sucesso na criação desse estímulo vai depender de como os cinco sentidos são gerenciados para causar certas percepções nas pessoas.
Afinal, no momento da verdade, aquele em que o cliente já está em contato com os produtos, a máquina perceptiva orquestrada pelo nosso cérebro começa a operar e desempenha um papel fundamental na tomada de decisão. Ela escolhe uma opção, mesmo antes do nosso córtex pré-frontal ter tempo para avaliar todas as possibilidades. O ato de decisão de compra leva 2,5 segundos, e todas as alternativas são avaliadas de forma inconsciente. Isso acontece porque muitos fatores influenciam o processo: cultura e crenças; memórias de experiências passadas; a percepção da realidade através dos nossos sentidos e como interpretamos essa informação; e, sem dúvida, nossas emoções.
Por isso, é exatamente aqui que a neurociência se torna parceira do marketing sensorial.Com a ajuda dela, podemos medir o que acontece no cérebro quando somos atingidos pelos estímulos de uma marca, como o que acontece quando sentimos o cheiro do nosso perfume favorito, por exemplo. É possível medir a conexão emocional criada e o impacto causado em nossa memória, bem como o grau de associação que tudo isso causa com marca.
A Neurociência Aplicada, portanto, permite a análise da relação marca-cliente e gera feedbacks importantíssimos para o planejamento estratégico.
Se sua empresa tem perguntas que vão de “como eu decido a melhor embalagem para meu produto?” até “como faço para impactar de forma positiva e duradoura os consumidores?”, a neurociência tem a resposta pra você. Ela pode ajudar sua empresa a incrementar seus produtos e serviços para que eles sejam exatamente aquilo que o consumidor quer. Ou pode ajudar sua empresa a criar produtos novos com taxas baixíssimas de rejeição pelo mercado. A principal diferença aqui é que quem responde às pesquisas é o cérebro e não a “politicamente correta” consciência do consumidor. Uma frase bastante usada pela Brain House, empresa espanhola que forneceu grande parte das informações para este artigo, demonstra bem o que tudo isso quer dizer: “A coisa mais valiosa que você pode aprender com seus consumidores é aquilo que eles não podem ou não conseguem dizer”.
A coleta de informações do mercado é essencial para garantir a adequação do produto em desenvolvimento às necessidades dos consumidores e potenciais consumidores. Muitas empresas entendem isso, mas ainda são bastante resistentes à ideia de contratar consultorias em Neuromarketing. Preferem investir parte do orçamento em pesquisas tradicionais e depois em publicidade e propaganda. Esse posicionamento precisa ser revisto. Dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística da Espanha informam que a cada dez produtos lançados naquele país, sete não conseguem permanecer no mercado. No Japão o índice é ainda pior, nove em cada dez produtos são rejeitados em pouco tempo. Até o fechamento deste artigo, não encontramos os dados-Brasil, mas de qualquer forma as empresas, sejam elas espanholas, japonesas ou brasileiras, não podem cometer erros de lançamento de novos produtos, pois muitas delas não possuem recursos suficientes para sobreviver a isso.
A fusão do marketing com a neurociência traz em si a ideia de minimizar problemas desse tipo e de permitir que as empresas sejam mais assertivas em seus negócios. Como já informamos em outros artigos por aqui, ainda é uma área bastante nova, mas é já é de vital importância que os empresários conheçam mais sobre isso. Se eu fosse você, iria pelo menos conhecer algumas empresas que trabalham com neuromarketing.