segunda-feira, 30 de setembro de 2013

[Entrevista] A banca e o mercado editorial

Por Luciano Martins Costa para Observatório da Imprensa

Francisco Chagas Holanda é jornaleiro, possui uma banca de jornais e revistas na Alameda Santos, esquina com a Rua Pamplona, em São Paulo, e é também jornalista. Francisco Holanda é autor, em parceria com a também jornalista Milena Shimizu, de um trabalho de pesquisa com mais de 300 páginas, sobre como as bancas de revistas e jornais influenciam as decisões do mercado editorial.

Luciano Martins Costa: - Francisco, a que conclusões vocês chegaram nesse trabalho?

Francisco Holanda: - A importância da banca para o mercado editorial é um trabalho que defende a tese de que a banca deve ser trabalhada como um espaço de divulgação e não de venda, e que o editor que colocar seu produto na banca achando que é a sobrevivência dele, ele já começa fadado ao fracasso. Esse trabalho é desenvolvido em vários capítulos, com uma pesquisa bem sólida e fundamentada, em que a gente aborda não só os editores, mas toda a distribuição. E mostra que não só as revistas, mas também os jornais têm que trabalhar o espaço da banca como um espaço de divulgação. Todos estão lá. O leitor é livre para escolher, e é dessa livre-escolha que ele tem que tirar suas conclusões.



Luciano Martins Costa: - Por isso é que há muita pressão dos departamentos de distribuição das editoras para fazer uma boa exposição das publicações?

Francisco Holanda: - Sim. Com toda razão. A gente fala que a banca é o lugar das cotoveladas, porque é lá que estão os seus pares e é lá que você tirar as conclusões mais vivas. Inclusive, a gente mostrou um trabalho da Revista Época em que ela colocou sensores de vendas em determinados pontos do Brasil inteiro, e que se aferia o horário em que a revista era vendida; a quantidade de exemplares vendidos durante a semana; quais eram os temas que chamavam mais atenção. E chegaram a algumas conclusões: Cristo, drogas, emagrecimento eram temas que sempre vendiam. Nesse sentido é que a gente mostrou também que a fragmentação de títulos, um título guarda-chuva, que cobre um monte de revistas, traz outra tendência: a revista nasce para atender um público específico e fazer análise de um determinado tema, não é mais aquela revista factual. Nem o jornal pode ir mais para o factual.



Luciano Martins Costa: - Como as características da venda, do ponto de venda, estão alterando as decisões editoriais?

Francisco Holanda: - Alteram na medida em que, ao colocar o seu produto em um ponto de venda, o editor percebe a tendência do mercado. Como a tendência é uma tendência ao mesmo tempo de análise – o leitor procura um produto que vá atender a necessidade dele, mas a necessidade com mais profundidade – e de atender uma necessidade imediata. Ou seja, não é à toa que os jornais de serviços locais vendem mais que os grandes jornais, tradicionais, de circulação nacional. O que eles trazem resolve o problema da aposentadoria, o problema do trânsito, chuva.



Luciano Martins Costa: - É a função utilitária da imprensa?

Francisco Holanda: - A função utilitária da imprensa. Ao mesmo tempo, as revistas começaram a agregar serviços, como é o caso da Veja, em que o leitor chega na banca procurando pela Vejinha, olhar na programação da Vejinha. Até esquece o tema de capa da revista. Nos outros títulos, como os de decoração, um exemplo bem prático. A Casa Cláudia lançou um monte de títulos: “Decorando só o seu quarto”; “Decorando só a cozinha”; então procura trabalhar a cozinha em todos os seus aspectos. Essa cozinha pode ser expandida para todos os outros títulos da banca.



Luciano Martins Costa: - Ou seja, a editora procura explorar cada vez mais uma marca específica, suas marcas específicas.

Francisco Holanda: - Exatamente. A marca vem da confiabilidade ou assunto tratado. A multiplicidade de títulos não quer dizer desleixo ao trabalhar os temas, pelo contrário: só se dá bem quem trabalha muito bem cada tema escolhido.



Luciano Martins Costa: - E qual é a tendência de futuro na sua opinião?

Francisco Holanda: - A tendência de futuro é exatamente essa: a banca é um ponto em que você faz a aferição dos produtos, vê qual é a tendência do mercado, corre atrás e tenta trabalhá-lo da melhor maneira possível.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Dicas Culturais do Fim de Semana - 27 a 29 de setembro

CINEMA



R.I.P.D - Agentes do além [R.I.P.D, EUA, 2013], de Robert Schwentke (Universal). Gênero: ação. Elenco: Ryan Reynolds, Jeff Bridges. Sinopse: Um policial morto recentemente se junta a uma equipe de policiais mortos-vivos, que trabalha para o Departamento Descanse em Paz, para tentar encontrar o homem que o assassinou. Com exibição em 3D. Abertura nos EUA: US$ 12,6 milhões (em 19/07/2013). Dif. (segundo fim de semana): -52,2%. Acumulado nos EUA: US$ 25,4 milhões. Duração: 96 min. Classificação: 12 anos.




Família do bagulho [We’re the Millers, EUA, 2013], de Rawson Marshall Thurber (Warner). Gênero: comédia. Elenco: Jennifer Aniston, Emma Roberts, Jason Sudeikis e Thomas Lennon. Sinopse: Traficante de maconha precisa forjar uma família falsa para fechar um grande negócio. Abertura nos EUA: US$ 26,4 milhões (em 9/08/2013). Dif. (segundo fim de semana): -32%. Acumulado nos EUA: US$ 138 milhões. Duração: 110 min.




Preenchendo o vazio [Lemale Et Há’Halal, Israel, 2012], de Rama Burshtein (Cafco Films). Gênero: drama. Elenco: Hadas Yaron, Yiftach Klein, Irit Sheleg. Sinopse: Shira, uma jovem de 18 anos que vive em TelAviv numa família hassídica, está prestes a se casar. Entretanto com a morte de sua irmã mais velha por complicações no parto e a possibilidade do viúvo levar a criança para longe, a família decide cancelar seu casamento e arranjar um matrimonio entre ela e o cunhado. Duração: 87 min. Classificação: 10 anos.




Uma primavera com minha mãe [Quelques heures de printemps, França, 2012], de Stéphane Brizé (Tucumán). Gênero: drama. Elenco: Emmanuelle Seigner, Hélène Vincent, Vincent Lindon. Sinopse: Aos 48 anos, Alain Evrard tem que voltar a morar com sua mãe. Os dois tem uma complicada relação e a convivência não será fácil. Mas a descoberta de que a mãe está com câncer o fará repensar a relação. Duração: 93 min. Classificação: 16 anos.



Rio de Janeiro

SHOW

Casuarina
27 de stembro de 2013



O grupo homenageia o centenário de Cyro Monteiro com um show especial, que resgata seus sucessos. "Falsa baiana", "Se acaso você chegasse", "Doce de coco", "Escurinho" e "Beija-me" são alguns deles. O grupo é formado por João Cavalcanti (percussão e voz), Gabriel Azevedo (pandeiro e voz) - diretor musical do espetáculo -, Daniel Montes (violão de 7 cordas), João Fernando (bandolim e vocais) e Rafael Freire (cavaquinho e vocais).

Teatro Rival
27 set 2013
sex 19:30
R$ 55.00 (os 100 primeiros); R$ 70.00



TEATRO

Simplesmente eu, Clarice Lispector
até 22 de dezembro de 2013



O monólogo conta a trajetória de Clarice Lispector e procura colocar em cena o universo da escritora. Para isso, parte de depoimentos, entrevistas e correspondências, além de se utilizar de trechos dos livros "Perto do coração selvagem" e "Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres", e dos contos "Amor" e "Perdoando Deus".

Teatro Fashion Mall
Até 22 dez 2013
sex e sáb 21:30 | dom 20:00
R$ 60.00 (sex); R$ 70.00 (sáb e dom)



EXPOSIÇÃO

Biografia incompleta
até 29 de setembro de 2013



Uma relação quase que familiar se revela entre o colecionador João Sattamini e o Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Isso porque o gigante projetado por Oscar Niemeyer, inaugurado em 1996, foi concebido para abrigar a coleção de arte contemporânea brasileira de Sattamini (hoje com 1.200 obras). A fim de explicar parte desse vínculo, a mostra “Biografia incompleta”, com 20 peças do acervo do colecionador, é aberta amanhã, às 17h, no próprio MAC.

Museu de Arte Contemporânea de Niterói- MAC
Até 29 set 2013
ter a dom 10:00 até 18:00
R$ 6.00

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Mercado editorial vai conciliar livros digitais e em papel

Por Cassiano Viana para Brasil Econômico

Não é mais uma questão de vida ou morte do livro. Ou se o livro digital irá substituir o impresso. Para editores, os dois formatos podem - e devem - ter uma convivência pacífica.

“A discussão do fim do livro está ultrapassada. Os dois mercados - de impressos e ebooks - estão crescendo no Brasil. O mais importante é que o editor ofereça o conteúdo onde quer que o leitor queira ter, comprar e ler. Uma coisa complementa a outra”, afirma Camila Cabete, da Kobo Brasil. “A coexistência é uma realidade. Acho besteira criarmos esta rivalidade”, acrescenta. Comprada em 2012 pelo terceiro maior comercio eletrônico do mundo, a Rakuten, os e-readers (leitores de livros digitais) Kobo chegaram ao Brasil em novembro do ano passado. “Temos um acervo, no mundo, de mais de 3,5 milhões de ebooks e mais de 10 milhões de usuários ativos em nossa plataforma”, conta Camila.

Para Gabriela Dias, editora, consultora digital e curadora da Alt+Tab, iniciativa dos Amigos dos Editores Digitais (AED), grupo que promove cursos e palestras sobre mercado editorial digital, a proporção dessa convivência entre os dois formatos é que deve variar, dependendo do tipo do livro (didático, ficção, não-ficção, profissional ou técnico). “Não existe uma fórmula única. Cada livro tem uma função diferente e pode ser menos ou mais propício a ser lido ou consumido em um ambiente digital”, pondera. “Quando as pessoas falam de livro digital, geralmente pensam em gêneros como ficção e literatura. Mas existem vários tipos de livros que já migraram para o formato digital e deixaram de fazer sentido no papel”, observa Gabriela.

Para ela, a tendência é que nos próximos anos a transição do livro impresso para digital no Brasil seja mais intensa, com uma maior presença do formato digital na educação. “Esse ano, o edital do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) referente ao ano letivo de 2015 solicitou que as editoras entregassem os livros em formato de ebook. Com isso, se essa tendência continuar, entre 2015 e 2017 toda a educação básica estaria com o livro digital”, diz. “Essa é uma informação relevante, principalmente no Brasil, o segmento [de livros didáticos] é, de longe, o maior do mercado, respondendo por 51% do faturamento e por 56% dos exemplares vendidos no país”, observa.”Talvez até, o livro digital seja um caminho para superar nosso déficit de leitura”, vislumbra.

“O digital não é um substituto, é outra mídia. Para algumas aplicações, vai roubar do papel, porque é muito mais eficiente - livros jurídicos, de medicina, guias de viagem e qualquer outro produto grosso, custoso e rapidamente desatualizável”, afirma Julio Silveira, editor e diretor da Ímã Editorial. “Já existe uma cadeia produtiva e um mercado do livro eletrônico, mas eles ainda estão calcados no papel. Ainda se acha que livro é coisa de editora, então são as editoras tradicionais que estão se adaptando para o digital”, explica.

Silveira lembra que a derrocada das gravadoras virou um alerta para as editoras. “Assim como as gravadoras insistiam em vender discos (e não música), as editoras sabem que não podem oferecer só livros, quando o público quer o texto”, afirma.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Dicas Culturais do Fim de Semana - 20 a 22 de setembro

CINEMA



Anos incríveis [Télé Gaucho, França/Bélgica, 2012], de Michel Leclerc (Europa/Mares Filmes). Gênero: comédia. Elenco: Félix Moati, Eric Elmosnino, Sara Forestier, Emmanuelle Béart. Sinopse: Um grupo de jovens idealistas e revolucionários decide criar uma um canal de televisão amador em reação a mídia, que eles consideram conservadora e reacionária. Duração: 108 min. Classificação: 14 anos.




As bem-armadas [The Heat, EUA, 2013], de Paul Feig (Fox). Gênero: comédia. Elenco: Sandra Bullock, Melissa McCarthy, Taran Killam, Kaitlin Olson. Sinopse: Uma agente do FBI e uma policial de Boston são colocadas para trabalhar juntas, na tentativa de prender um poderoso traficante. Abertura nos EUA: US$ 39,1 milhões em 28/06/2013). Dif. (segundo fim de semana): -36,7%. Acumulado nos EUA: US$ 156,3 milhões. Duração: 117 min. Classificação: 14 anos.




Elysium [EUA, 2013], de Neill Blomkamp (Sony). Gênero: ficção científica. Elenco: Matt Damon, Jodie Foster, Alice Braga, Wagner Moura, Diego Luna. Sinopse: No ano 2154, os ricos vivem na exclusiva estação espacial Elysium e a Terra se tornou uma grande favela. Vítima de um acidente industrial que o deixou doente, um trabalhador tenta chegar a Elysium para se curar, usando falsa identidade. Abertura nos EUA: US$ 29,8 milhões (em 9/08/2013). Dif. (segundo fim de semana): -54,1%. Acumulado nos EUA: US$ 88,4 milhões. Duração: 109 min. Classificação: 16 anos.




A família [The Family, EUA/França, 2013], de Luc Besson (Paris). Gênero: policial. Elenco: Robert De Niro, Tommy Lee Jones, Michelle Pfeiffer, Dianna Agron. Sinopse: Família de mafiosos é mandada para a França como parte do programa de proteção de testemunhas. No entanto, a adaptação não é nada fácil, já que velhos hábitos são difíceis de esquecer. Abertura nos EUA: US$ 14 milhões. Duração: 103 min. Classificação: 16 anos.




Foxfire – Confissões de uma gangue de garotas [Foxfire, França/Canadá, 2012], de Laurent Cantet (Imovision). Gênero: drama. Elenco: Raven Adamson, Katie Conseni, Madeleine Bisson, Claire Mazzerolli. Sinopse: Em um bairro de uma pequena cidade americana no ano de 1955, uma banda adolescente cria uma sociedade secreta, a Foxfire. Duração: 143 min. Classificação: 16 anos.



Rio de Janeiro

SHOW

Ney Matogrosso
de 20 a 21 de setembro de 2013



O artista leva novamente ao Vivo Rio o show da turnê "Atento aos sinais", que celebra seus 40 anos de carreira. O repertório tem canções de artistas admirados por ele, como Paulinho da Viola, Caetano Veloso, Itamar Assumpção, Criolo e Lobão. Os figurinos, exuberantes, são assinados por Ocimar Versolato, e a direção musical é de Sacha Amback.
No palco, Ney é acompanhado por Sacha Amback (direção musical e teclado), Marcos Suzano e Felipe Roseno (percussão), Dunga (baixo), Mauricio Almeida e Mauricio Negão (guitarra), Aquiles Moraes (trompete) e Everson Moraes (trombone).

Vivo Rio
De 20 set 2013 até 21 set 2013
sex e sáb 22:00
R$ 80.00 (balcão); R$ 100.00 (setor 4); R$ 120.00 (frisa); R$ 160.00 (setor 3 e camarote B); R$ 220.00 (setor 2); R$ 260.00 (setor 1 e camarote A)



TEATRO

Incêndios
de 21 de setembro a 22 de dezembro de 2013



Mulher árabe pede em seu testamento que o casal de filhos gêmeos encontre o pai e também um irmão perdido em seu remoto e sofrido passado.

Teatro Poeira
De 21 set 2013 até 22 dez 2013
qui, sex e sáb 21:00
R$ 70.00 (qui); R$ 90.00 (sex a dom)



EXPOSIÇÃO

Pulsar
de 21 de setembro até 24 de novembro de 2013



Com onze metros de comprimento, a instalação “Pulsar”, criada pelo artista plástico Marcos Bonisson, ocupa o foyer do Museu de Arte Moderna (MAM) a partir de amanhã, com abertura às 15h. A obra faz parte da série Polagens e é composta por 60 caixas de acrílico com colagens feitas com fotografias do tipo Polaroid. A exposição, que tem curadoria de Tania Rivera, fica em cartaz até o final de novembro.

Museu de Arte Moderna - MAM
De 21 set 2013 até 24 nov 2013
ter, qua, qui e sex 12:00 até 18:00 | dom e sáb 11:00 até 18:00
R$ 12.00

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Como vai o mercado editorial brasileiro?



A presidente do SNEL, Silvia Machado Jardim, apresenta dados de pesquisa que dão um panorama completo desse segmento no país

O Sem Censura recebe a Presidente do Sindicato Nacional do Editores de Livros (SNEL), Sônia Machado Jardim, para falar sobre a pesquisa de produção e vendas do setor editorial brasileiro.

A escritora Tatiana Levy vai falar sobre o livro "Dois Rios".

O escritor Fabrício Carpinejar comenta sobre o livro "Ai meu Deus, ai meu Jesus".

A peça "Amor confesso" é o assunto da diretora teatral Inez Viana.

O programa recebe também a escritora Stella Maris Resende para lançar o livro "A sobrinha do poeta".

Programa exibido em novembro de 2012

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Mercado Editorial

Todos os anos a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE/USP) realiza, por encomenda do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e da Câmara Brasileira do Livro (CBL), a pesquisa “Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro”. Embora o estudo retrate o ponto de vista das editoras em relação ao seu próprio desempenho, os indicadores do Censo do Livro, como é conhecido o estudo, apontam crescimento do setor, ainda que pequeno, ano a ano.

De acordo com os resultados da última pesquisa, divulgados em julho de 2012, as editoras brasileiras registraram 469,5 milhões de livros vendidos em 2011, elevação de 7% com relação a 2010. O setor faturou R$ 4,8 bilhões em 2011, valor 7,3% superior ao do ano anterior, o que, se descontada a inflação de 6,5% pelo IPCA no período, corresponde a um aumento real de 0,8%. As vendas ao governo ajudaram a manter positivo o crescimento no faturamento do setor, já que o crescimento nominal das vendas ao mercado (livrarias e demais canais de vendas) foi abaixo da variação do IPCA.

O número de livros editados em 2011 no Brasil cresceu 6%, com 58.192 novos títulos. Considerados pela primeira vez no estudo, os e-books equivalem a 9% dos lançamentos do mercado em 2011, com 5,2 mil títulos em formato digital. O segmento com a maior variação positiva foi o de livros científicos, técnicos e profissionais, com aumento de 38% em quantidade de exemplares e de 23% em faturamento.

As livrarias são o lugar preferido para 44% dos brasileiros comprarem livros, seguidas de distribuidores (20,5%), porta a porta (4,97%), escolas (2,8%), igrejas e templos (1,74%).

A pesquisa FIPE/SNEL/CBL é respondida por editoras enquadradas no critério Unesco: edição de pelo menos cinco títulos e produção de pelo menos cinco mil exemplares por ano. Em 2011, 178 empresas das cerca de 500 editoras desse padrão participaram do levantamento. Segundo Leda Paulani, coordenadora do estudo, a amostra responde por quase 20% das editoras e 60% do faturamento do setor.

E quem lê?

Dados da 3ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, lançada em 2012, realizada pelo Instituto Pró-Livro e executada pelo Ibope Inteligência, mostram que há 88,2 milhões de leitores no país, 50% da população total dos 178 milhões de brasileiros com mais de cinco anos de idade. Foram entrevistadas 5.012 pessoas em 315 municípios brasileiros entre 11 de junho e 3 de julho de 2011. Os entrevistadores classificam como leitores quem leu pelo menos um livro nos três meses anteriores à pesquisa.

O País tem autores reconhecidos internacionalmente e uma cena literária interna bem importante e efervescente. A Festa Literária de Paraty (RJ), a Jornada Literária de Passo Fundo (RS), a Bienal do Livro (SP) e a Balada Literária (SP) são grandes eventos que envolvem o mercado do livro e colocam autores e leitores lado a lado.

O escritor brasileiro mais lido no mundo é Paulo Coelho, com mais de 100 milhões de livros vendidos. Dentro da literatura latino-americana, há nomes comparáveis aos grandes Júlio Cortazar (Argentina) e Gabriel García Marquez (Colômbia), como Machado de Assis, Mário Quintana, Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado, Clarice Lispector, Vinícius de Moraes, sem contar a cena alternativa contemporânea, os “novos escritores brasileiros”, com nomes já bem difundidos como Marcelino Freire, Xico Sá, Joca Reiners Terron e Índigo.

Na tela

Para a crítica literária Raquel Cozer, o grande debate do momento são os livros digitais, e para onde eles empurram o mercado e o gosto dos leitores. Já são 9,5 milhões de brasileiros leitores de e-books, segundo a 3ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, de 2012. O público maior é o feminino, com idade entre 18 e 24 anos. Os motivos que atraem para essa inovação costumam ser preços mais acessíveis e comodidade da leitura eletrônica.

“No processo evolutivo do cenário editorial as primeiras classes em risco de extinção são os livreiros e distribuidores”, afirma Cozer. Os intermediários tendem a ser engolidos nesse novo cenário. “Meu coração de leitora, fetichista por estantes, espera que as lojas físicas durem. Que virem polos culturais, com pequenas apresentações e leituras de autores entre ilhas de livros, como especulou dia desses um editor.”

Além disso, já ocorre no Brasil o Congresso Internacional do Livro Digital, realizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). Realizado anualmente desde 2010, o evento conta com debates sobre o impacto da era digital na cadeia produtiva do livro.

Fonte: Brasil

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Design editorial e Digital Publishing: perguntas frequentes

Por Márcio Duarte para PageLab

Para quem trabalha com projeto e produção de publicações impressas, o mundo do digital publishing pode parecer assustador, ao menos em um primeiro momento. São tantas novidades, desafios, variáveis e incertezas que é natural o surgimento de dúvidas sobre os aspectos mais práticos da atividade. Obviamente, a resposta definitiva a muitos destes questionamentos permanece em aberto, e há muitas outras perguntas dentro das respostas. Esse é um mercado em formação e as regras do jogo estão sendo definidas com a partida em andamento, mas já é possível apontar alguns caminhos profissionais seguros para quem passa os dias conferindo forma e função ao texto – e deseja manter-se assim. Pensando neste profissional e nas perguntas mais elementares que ele poderia fazer, Márcio Duarte criou uma lista de perguntas e respostas básicas sobre o assunto. Vamos a elas:



1) Ainda haverá mercado para o design de publicações impressas?

Sim, tudo indica que sempre haverá mercado para o livro impresso e para quem trabalha com ele. A questão é o tamanho e o tipo desse mercado. Ainda há profissionais trabalhando com antigo Linotipo, por exemplo, para aplicações bem específicas. O livro impresso, como veículo de informação, tem apelo e qualidades próprias que não são suplantadas pelo livro digital, isso é fato. Mas a espectativa é de que, com o tempo, o mercado de publicações digitais seja dominante, justamente pelo menor número de restrições impostas pelo meio físico (distribuição, armazenamento, preço). Importante lembrar que isso deve acontecer com maior ou menor velocidade em função das caracterísitcas do país e do nicho de mercado. Aqui no Brasil, ainda há muitas limitações a serem superadas nesse território, e isso não muda da noite para o dia. Mas a era da informação digital é uma tendência que veio para ficar, isso em todas as áreas, no mundo todo. No mínimo, não ignore esse mercado. Ele pode vir a ser sua maior fonte de trabalho – e receita.



2) O que acontece com o projeto gráfico?

O projeto gráfico vai continuar existindo e talvez um nome mais adequado no contexto do digital publishing seja projeto visual, pela ausência de ligação com os tradicionais processos gráficos. Mas a mudança não para por aí. As formas de se projetar publicações digitais são muito variadas, mas podemos dividí-las em duas grandes áreas: projeto de publicações de layout fixo (exemplos: apps e ePub de layout fixo) e de layout flúido (exemplos: ePub e Azw/Mobi). Para os tipos de publicações de layout fixo, as mudanças no projeto são menos drásticas, a liberdade de criação é preservada em boa parte. Para as de layout flúido, as mudanças são muito maiores e o projeto visual tem um outro caráter, menos impositivo, digamos assim (atualmente há tão pouca consistência da apresentação desse tipo de publicação digital que nestes casos mal podemos falar de “projeto”, mais isso é assunto para outro artigo). Nos dois tipos, a “diagramação” dos projetos é completamente diferente do habitual, onde ferramentas diversas, linguagens de marcação e programação são a base. Tudo isso sem um método de trabalho consolidado. Uma coisa é certa, sentiremos saudades do poético termo “arte-final” no digital publishing ;-)



3) Quais os principais formatos de publicações digitais?

Atualmente, os principais são o ePub, os formatos do Kindle (Mobi/AZW), o PDF (sim, ele mesmo) e as Apps (publicações em formato de aplicativos), cada um com suas características, métodos de produção e ferramentas próprias. Para os tipos de publicação com predominância de texto, como literatura, os formatos ePub e Kindle têm sido mais utilizados. As Apps vem sendo utilizadas principalmente para revistas e jornais. O PDF segue sendo o formato “base” universal. Note que com o amadurecimento do formato ePub, espera-se que esse cenário se modifique, e outros tipos de publicação possam se beneficiar do formato.

Justamente pelos diferentes conjuntos de métodos, especialidades e ferramentas necessárias à produção dos tipos de publicação, é provável que se consolide, ao menos neste primeiro momento, a especialização no design e na produção de publicações para cada formato, principalmente para os aplicativos, que são os mais caros, variados e complexos de se produzir. A curva de aprendizado deste formato para um profissional vindo do meio impresso não é lá muito animadora. Para criação visual (WYSIWYG) de publicações no formato App há diversas soluções, como o Adobe DPS, o Quark App Studio e o Woodwing Enterprise, mas não são soluções voltadas para profissionais independentes (leia-se: custo altíssimo) e têm limitações quanto à distribuição, sendo geralmente atadas a lojas virtuais. Alternativas gratuitas existem (PugPig, Appcelerator Titanium, PhoneGap, Baker Framework, Laker Compendium), mas também incluem uma boa dose de aprendizado e testes. (Update 12/10/2011: A Adobe lançou uma versão do seu DPS para freelancers e pequenos negócios, com valor mais acessível – U$ 395,00 por app – mas ainda assim é um custo relativamente alto para a produção, em comparação com o custo de se produzir um ePub).

O ePub apresenta, particularmente, muitas vantagens para os designers, pois é menos complexo de se produzir (relativamente falando), pode ser lido em diversas plataformas, está em evolução (EPUB3), não depende de ferramentas proprietárias ou frameworks para criação, pode ser colocado à venda em vários canais de distribuição e é um padrão cada vez mais adotado pelo mercado editorial. Apesar disso, os formatos de layout fixo (PDF, apps) ainda são imbatíveis quanto à consistência do design da publicação, algo ainda não resolvido no ePub – questão de tempo.



4) Por que não investir somente em eBooks no formato PDF?

Um dos motivos para a explosão do digital publishing é a popularização dos dispositivos de leitura móvel: eReaders, tablets e mesmo smartphones. Como se sabe, o conteúdo do PDF é fixo e não se adapta a cada um desses meios de forma automática. O mesmo acontece com publicações no formato app, que além disso são limitadas ao dispositivo e loja para qual foram criadas. Ponto positivo para o ePub, que tem exatamente como principal característica a flexibilidade: um só arquivo para múltiplos dispositivos, em qualquer meio de distribuição (apesar do DRM). Esse é um dos motivos pelos quais o mercado tem apostado fortemente neste formato.



5) E os formatos de eBook do Kindle, da Amazon?

Os formatos do Kindle, AZW e Mobi, são exclusivos para a plataforma de eBooks da Amazon e, apesar da sua popularidade, estão entre os mais limitados entre os todos os formatos de eBook, tanto em recursos como em possibilidades de design, mas são muito importantes nesse mercado crescente, principalmente no exterior, e como a Amazon provavelmente virá para o Brasil, quem sabe se não serão muito importantes para os profissionais daqui também. (Update 18/10/2011: A Amazon atualizou seu formato de eBooks, chamado de Kindle Format 8, ou KF8, com suporte a layouts avançados nos moldes do EPUB3 – eu diria até um pouco mais avançado –, o que torna o formato Kindle um real competidor do ePub para uma grande variedade de tipos de publicações. Mais sobre isso na página correspondente da Amazon.)



O tempo não pára

Há muitas mudanças acontecendo no terreno das publicações digitais, mas essa é uma constante para quem trabalha na área. Há 26 anos, o Desktop Publishing revolucionava o mercado editorial. Muitos profissionais tiveram que se adaptar à digitalização da produção e à nova forma de se projetar publicações, explorando novas ferramentas, termos, práticas e processos. Algumas atividades perderam importância no mercado (alguém aí do paste-up?), mas outras surgiram – e floresceram. Vivemos uma época semelhante, onde grandes obstáculos vêm acompanhados de grandes oportunidades. Como naqueles tempos, a regra é uma só: quem quiser continuar nessa onda, precisa aprender a surfar.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Dicas Culturais do Fim de Semana- 6 a 8 de setembro

CINEMA



O ataque [White House Down, EUA, 2013], de Roland Emmerich (Sony). Gênero: ação. Elenco: Channing Tatum, Maggie Gyllenhaal, Joey King, Jamie Foxx, James Woods. Sinopse: Quando a Casa Branca é tomada por terroristas, uma agente do serviço secreto americano recebe a missão de salvar o presidente dos Estados Unidos. Abertura nos EUA: US$ 24,8 milhões em 28/06/2013). Dif. (segundo fim de semana): -45,8%. Acumulado nos EUA: US$ 50,4 milhões. Duração: 131 min. Classificação: 14 anos.




Casa da mãe Joana 2 [Brasil, 2013], de Hugo Carvana (Imagem). Gênero: comédia. Elenco: José Wilker, Juliana Paes, Hugo Carvana. Sinopse: Depois de seguirem caminhos diferentes, os amigos Juca, PR e Montanha voltam a se reunir e vivem situações hilárias, enquanto fogem de duas irmãs em busca de uma herança.




A coleção invisível [Brasil, 2012], de Bernard Attal (Pandora). Gênero: drama. Elenco: Walmor Chagas, Vladimir Brichta, Clarisse Abujamra, Ludmila Rosa, Conceição Senna. Sinopse: Um jovem hedonista tenta se reerguer através de um negócio rápido, que o leva ao encontro de um colecionador de gravuras raras. Nesta viagem, ele muda sua visão de mundo e a vida das pessoas que encontra. Duração: 89 min. Classificação: 14 anos.




Esse amor que nos consome [Brasil, 2013], de Allan Ribeiro (Vitrine). Gênero: drama. Elenco: Gatto Larsen, Rubens Bardot. Sinopse: Gatto e Bardot são companheiros de vida há mais de 40 anos e acabam de se instalar em um casarão abandonado no Centro do Rio de Janeiro. Ali eles passam a viver e ensaiar sua companhia de dança. Duração: 80 min. Classificação: 12 anos.




A filha do meu melhor amigo [The Oranges, EUA, 2011], de Julian Farino (Europa). Gênero: comédia. Elenco: Leighton Meester, Hugh Laurie, Adam Brody, Catherine Keener. Sinopse: A amizade das famílias Ostroff e Walling é posta a prova quando a filha dos Ostroff se envolve com David, chefe da família Walling. Duração: 90 min.




Hijab – Mulheres de véu [Brasil, 2013], de Paulo Halm (Formosa Filmes). Gênero: documentário. Sinopse: O cotidiano de seis mulheres que adotaram o Islã como religião e decidiram usar o véu islâmico hijab. Duração: 78 min. Classificação: livre.




Jobs [jOBS, EUA, 2013], de Joshua Michael Stern (Playarte). Gênero: drama. Elenco: Ashton Kutcher, Dermot Mulroney, Josh Gad, J.K. Simmons. Sinopse: Cinebiografia sobre um dos donos da Apple, Steve Jobs, da época em que foi estudante e largou a universidade até se tornar um dos mais reverenciados empreendedores do século 20. Abertura nos EUA: US$ 6,7 milhões (em 16/08/2013). Dif. (segundo fim de semana): -57,3%. Acumulado nos EUA: US$ 14,7 milhões. Duração: 122 min. Classificação: 12 anos.



Rio de Janeiro

SHOW

Beth Carvalho
7 de setembro de 2013



A madrinha do samba está de volta aos palcos, depois de um ano e um mês hospitalizada por problemas na coluna cervical. Diferentemente do que rolou no show de lançamento de seu último álbum, "Nosso samba tá na rua", de 2011, Beth agora dispensa os dançarinos e abre espaço para sucessos antigos, como "Samba de Arerê", "Camarão que dorme" e "Água de chuva no mar"

Onde? Vivo Rio
Quando? 7 set 2013 às 22h
Quanto? R$ 80.00 (setor 3 e balcão); R$ 120.00 (setor 2 e frisa); R$ 160.00 (setor 1 e camarote B); R$ 200.00 (setor VIP e camarote A)



TEATRO

O Príncipe
até29 de setembro de 2013



Inspirado no clássico de Maquiavel, o espetáculo propõe uma reflexão sobre os princípios do autor e a máxima de que os fins justificam os meios. A montagem também marca a estreia da atriz Leona Cavalli como diretora. Henrique Guimarães vive o protagonista.

Onde? Espaço Sesc
Quando? sex e sáb 20:00 | dom 18:00
Quanto? R$ 20.00



EXPOSIÇÃO

CINÉTICOS: Arte em Movimento
até 15 de outubro de 2013



Exposição, que reúne cerca de 30 obras em duas salas da Galeria de Arte Ipanema, traz influentes artistas plásticos representantes da arte cinética. Entre eles, o venezuelano Carlos Cruz-Diez, que iniciou sua pesquisa sobre a cor junto ao movimento cinético nas décadas de 50 e 60 e exibe nove obras de sua autoria, o venezuelano Jesus Rafael Soto, os argentinos Julio Le Parc e Luis Tomasello e o húngaro Victor Vasarely.

Onde? Galeria de Arte Ipanema
Quando? seg, ter, qua, qui e sex 10:00 até 19:00 | sáb 10:00 até 14:00
Quanto? Grátis